Poesia

A Poesia alcança as fadas, encanta a chuva na madrugada, acompanha os ébrios nos dormentes e se mistura à solidão nas calçadas.

18 de dezembro de 2018

A árvore




Uma árvore é um cálice
 Do mais suave licor,
De onde verte o verde,
  Por vezes
 Esmaecida cor,
O amarelo também,
Quando o inverno  
Em sua borda,
 Cada folha transforma.
Uma árvore é uma canção!
No tilintar de suas folhas
Apropriadas pelo vento
Que levou seu perfume,
Folhas em profusão.
Vejo uma árvore tímida
À espera da Estação.
Irá colorir,
 Emocionar o mundo.
Há de ter um coração!
 Ao imaginar
O desenho irregular de seus galhos
cobertos de flores primaveris,
misturados à  desordem das nuvens,
Olho para o céu de sua copa
Amarelo, vermelho, rosa ou lilás,
Daqui de sua sombra eu sei
Que ainda posso sonhar
Com a paz.
Lourdinha Vilela





27 de novembro de 2018


                                                        
                                                             Imagem da Internet.

Na manhã fria 
é dezembro!
O verso nas asas de um Bem-te-vi
fala de ti
quando voas em teus sonhos
para junto de mim,
eterno sonho
de sermos para sempre
um só.
E a tua mão colada à  minha mão,
num elo de paz
agora é um nó.

Lourdinha Vilela 



25 de novembro de 2018

 Esqueço os tropeços
Me prendo aos apreços
onde aqueço
o coração preso
no gesso
da ilusão
Não sou eu






4 de novembro de 2018

Eu e o tempo



Tentei segurar o tempo,
as cordas ruíram,
 o tempo não parou.
Cordas de vento.
Num olhar de nuvens,
embaçada vidraça,
olhos desmaiados,
vida que segue  espelhada.
Projetos de mim
reluzem no espelho
conquistas e sonhos 
que ainda ponteio.
A juventude dobrando a esquina,
Um rastro de relva fresca,
é a busca constante.
Dentro,  saudade  gigantesca,
nessa minha casa
cultivando flores e amores
pela gente que segue,
como eu, entre rumores...
batidas mais calmas
dos nossos corações,
porque o tempo não para
enquanto não envelhecemos a alma.

Lourdinha Vilela
 04 de outubro de 20l8
  


















18 de outubro de 2018

Nuvem de cores

Eu,
torço e retorço
cansaço  e esforço
mais uma volta
ao mundo  dos tortos
sonhos  meus
Sem retorno
e tão morno
tropeço
nos nãos...
Caio no poço
da desilusão.
E a nuvem,
poeira do circo,
narcisismo súbito
 do meu  coração
se desfaz em cores
vestes de palhaço
 jogadas ao chão.

 Lourdinha Vilela








6 de agosto de 2018

Âncora.

Imagem da Internet.

Reeditando


Se eu estivesse imune à saudade,
não teria este coração pesado,
 nem estes olhos molhados
  ou estas tantas inverdades
quando invento a felicidade.
 Voaria  novos horizontes,
 se meus braços fossem asas,
 eu seria um pássaro
e alcançaria
 a fonte da esperança.
Meus braços porém
são como âncoras
que permanecem  no cais
 das minhas lembranças.
 Neste mar,
que não  encontrei rumo
e nem rima,
 a saudade
 é que faz refrão,
na canção do sempre,
Nidificada em meu coração

Lú Vilela

Imagem da Internet












19 comentários:

28 de julho de 2018


                                                               
Foto Lú Vilela



O tempo passa
a gente não vê
 é água de rio
a correr
Segure o tempo
em suas mãos.
não se afogue na lida. 
Seja como uma pedra
que bloqueia o seu curso
 retenha  sedimentos
carregados de vida.
Aflitos por viver
perdemos o essencial 
a vida a florescer.
 Não vemos
quanto do melhor
 podemos ter.
Que graça teríamos
se  nascêssemos  prontos.
Cultive sorrisos
para agradecer.
Olha a flor no jardim,
o passarinho, passageiro
do céu azul.
Já parou hoje para olhar  o céu? 
E se houver
 nuvens estranhas,
 pesadas e escuras,
elas carregam
a beleza da chuva.
Tome um banho de chuva
lave sua tez laboriosa
inquietante de ansiedade
e o seu pensamento que nega
 a própria felicidade...
Correndo para o sucesso,
 atrás  dos  aplausos  de aprovação,
como se  permeassem a nossa sustentação,
temos apenas a felicidade entre parentese:
 Ilusão
Para que correr.
Pise no chão de pés descalços,
reconheça  seu próprio chão.
Ame esse ser amado,
 que é você.

Lú Vilela.



















25 de julho de 2018

                                                                   Imagem da Internete
                                                                       Desconheço o autor
                                                                  .


Já não sei do  ser eu
Sem o ser seu.
Louca confusão
Essa eterna fusão
.
Lourdinha Vilela




14 de julho de 2018

Ponte









                                                 
                                                         Vladmir Volegov



Tenho poemas inacabados
desbotados em folhas  brancas
que falam de amar e de mar.
Tenho missões a cumprir.
Tenho sorrisos esperando
o tempo de explodir.
Tenho lágrimas
que insistem  meu rosto molhar,
pois ainda  choram dentro de mim.
O começo está ligado ao fim
na extensão dos dias.
Há uma ponte  -Nova e antiga ponte,
que liga tenras idades matinais
ao envelhecer  das tardes
e me devolve a mim mesma,
por mais que eu tenha sonhado,
crescido, aprendido,
que me encontre ou me sinta perdida
entre flores azuis   ou de Gris, 
certezas e ambiguidades...
É uma ponte!
Essa  saudade.

Lourdinha Vilela.




 
                     








4 de julho de 2018

Onda

Imagem da Internet


Tu vens como a onda
E se entrega
 à praia do meu amor
a  tua espera.
Dispersas-se
 desapareces  em segundos
E o teu beijo molhado deixa
 a certeza
de que em breve voltarás.

Lú Vilela.

12 de junho de 2018

O meu amor sabe


Reeditando.

Sabe dos galhos entrelaçados das árvores,
 Abraço e abrigo.
 Nos entrecortados das matas,
 Sabe dos ninhos escondidos
Feitos fio a fio pelos passarinhos.
Sabe das estações,
 De suas cores,
 Seus tons, calores,
 Arrepios do  frio,
cobertores primaveris
 o solo  de flores.
Secas plantações.
Da Cheia das águas,
Das mágoas
Das orações.
Sabe ler as horas pela sombra do sol.
Sabe o barulho dos bichos
 E se não é bicho, cuidado é preciso ter.
 Sabe com Deus o dia  tecer.
Sabe dos rios, dos barcos, dos peixes, das iscas,
De saciar a fome.
E para a minha emoção,
Da minúscula flor, sabe o  nome,
 Dos tamarineiros, dos figos, das laranjeiras,
 Aboboreiras  bordando o chão.
Espuma de sapos.
Canto das cigarras.
Das tanajuras,
o voo nupcial.
 Das madrugadas
Ao nascer do sol,
O arrebol.
 Acordar com o relógio dos galos no quintal.
Da lanterna dos pirilampos,
Faiscando na escuridão.
Sabe do luar,
 Clareira para sonhar,
 Viola para acompanhar.
Prelúdio  de amar.
E quando meu coração
 Aporta
Na enseada da solidão,
Sabe da canção
 E diz
Que é para me fazer feliz.

Lourdinha Vilela





1 de maio de 2018

Por vezes a saudade me toma de assalto,
E volto à morada da nossa juventude
Onde o esperar era palpitante e tão alto
Que até as nuvens perdiam a quietude.

Na ânsia de te ver chegar,
 Mil vezes ia à janela,
Vestida  pra dançar
Só pra ouvir de você, que eu era a mais bela

Não sabia das suas mentiras
Tão pouco das suas verdades
Queria ser feliz, sonhar e acreditar,
Andar de mãos dadas, sob as luzes da cidade.

A primavera trazia as flores
O verão, sorvetes e afins
No outono caíamos de amores
No inverno!  A sua jaqueta jeans...

Hoje sobre nossos olhos negros,
Nuvens repousam... -Calma e harmonia
Dentro de nós palpitam ainda segredos e a alegria
De quando esse grande amor  nascia.

Lourdinha Vilela



16 de abril de 2018

As canções que mais gostamos de ouvir
são como borboletas esvoaçantes
estas, sobrevoam as flores,
retirando delas o pólen,
aquelas, suavemente tomam nosso coração
e retiram dele os mais ternos sentimentos.
Se acaso as canções fossem seres vivos,
haveria aí uma perfeita simbiose,
pois elas grudam em nossa alma
e se tornam eternas,
fecundam nossos sonhos e,
suavemente voamos,
como as borboletas,
plainamos aqui e ali sobre nossa própria  história de vida. 
Flores de hoje,
serão nossas lembranças no amanhã.

Lourdinha Vilela
16.04.18









12 de abril de 2018


Um olhar orvalhado
E os riscos das lágrimas traçando caminhos no rosto
Desmontando horas de maquiagem
Denunciavam algo,
Sim,
E era a saudade!
Aquela que chegava sempre ao ouvir

A canção.,.



4 de março de 2018

             
 Imagem da Internet

O   extremo de mim,
 com suas garras 
 busca os  mais recônditos acordes
do meu ser e os expõe  
na canção contida em notas
 que mais parecem pingos 
de chuva,  e não mais posso esconder
´Lágrimas no meu rosto.

Lourdinha Vilela.