Poesia

A Poesia alcança as fadas, encanta a chuva na madrugada, acompanha os ébrios nos dormentes e se mistura à solidão nas calçadas.

31 de agosto de 2011

AMOR



Na tua face, a revelação!
A palidez denunciando medo
O rubor explodindo os sentidos
Sem o véu da sensatez
Esquecendo seus limites
Transformando-se. Afrodite.

Lourdinha Vilela
Imagem: Afrodite e Adonis
Pintura em óleo de Sidney Meteyard-1868-1947
Birmingham Art Gallery
Por mais que acreditemos,
Que sejamos otimistas,
A resistência para tocar a vida
Fica mais fortalecida
Se a dois for dividida
  
Lourdinha Vilela

UM CANTINHO



Eu quero um cantinho assim

pra festejar a natureza,
com vasinhos
no descanso das janelas
 e florindo, as violetas,
rosinhas brancas e amarelas.
Do artesanato da Vila
direto para o meu pomar,
uma casinha de passarinhos
 prá acolher as avezinhas
 se quiserem se aninhar.
Um pé de romã, outro de pitangas,
uma bananeira, algumas laranjeiras,
 Quem sabe uma estradinha,
prá gente caminhar, chegar ate o rio...
- Que Vida Boa! -  Será?
Lourdinha Vilela

À ESPERA


De tanto esperar,

 meu olhar está cansado,

meu caminhar vaga, incerto,

e em meu deserto

 Escondida me acompanha

a solidão amiga,

aquela, que ainda abriga

 a lembrança ferida!`

A felicidade desejada,

porem não vivida.

Lourdinha Vilela


27 de agosto de 2011

Aos meus seguidores


Boa Tarde.
Estou fazendo algumas alterações no blog. Claro já  estão vendo. Sou assim inquieta, e gosto de mudar, me faz bem. Como também sou um pouco insegura, não sei ao certo como irá ficar. Beijos. Espero que gostem.
Lourdinha Vilela.

SORRINDO



         Existem pessoas que não conseguem sorrir.
         São diversas as situações em que um sorriso poderia mudar o rumo de um dia chato. E por exemplo já tentou sorrir para a pessoa que te atendeu no caixa do supermercado, da padaria, na fila do banco, soltar-se e dizer um muito obrigado mesmo que a pessoa do outro lado esteja simplesmente cumprindo com a sua obrigação? Dizer Bom Dia cria expectativas.  A comunicação está cada vez mais difícil pessoalmente, e a comunicação virtual deixa sempre dúvidas. Até mesmo dentro de algumas famílias está acontecendo um distanciamento entre as pessoas. Cada uma delas, dentro do seu mundinho particular envolta em suas angústias, em seus problemas e medos, cria em torno de si uma armadura, e padece de enfermidades muito sérias como a depressão, famosa nos dias de hoje, provocada muitas vezes pela solidão, embora se esteja rodeado de pessoas, ou pelo stress outro vilão sorrateiro e voraz.  Esquecendo-se  de sorrir,  o dia se tornará mais cansativo e feio, visto que nosso rosto terá expressões amargas favorecendo o envelhecimento precoce e o efeito será de bate/volta. Cara feia X Cara feia.
          -Experimente sorrir.  Eu estou tentando, e estou adorando.
           -Se não conseguir dar o seu sorriso a alguém que esteja do seu lado em qualquer situação no dia a dia, então apenas empreste-o e você verá como é bom sorrir e receber de  volta lindos sorrisos em  parcelas acrescidas pelos juros de felicidade e de novas amizades. 
          -SORRIA!  VOCE ESTÁ SENDO INTIMADO.


Lourdinha Vilela

23 de agosto de 2011

SEM MOLDURA



A moldura de um quadro,
talvez ,
seja no que menos pensa o seu autor
O que procura é a perfeição
Esmera-se na construção de cada linha,
cada sombra, fazendo minuto a minuto
a troca de tintas e pincéis.
 E enquanto cria
amanhece o dia, segue à noitinha,
Não se cansa não.
 È como se viajasse,
debruçado em óleos, aquarelas ou pastéis,
entre o rosa e o salmão,
 verdes, vermelhos, amarelos e anis .
Natureza, corpos,
damas, cavalheiros, animais, olhos sutis
Lá se vão dias até que o possa concluir.
Quanto mais olha, mais parece ver.
São detalhes minuciosos
 traços do seu estilo,                       
até que em tudo o que criou possa crer.
 Respirando profundo,  
retira a proteção
e expõe sua tela
 esperando que outros assim como ele,
venham sonhar com ela,                          
viver o seu êxtase ao contemplar...
Quando alguém insensível
vem lhe perguntar:
-Mas...   Não pretendes  emoldurar?

Lourdinha Vilela
Imagens - Acrilica sobre tela

22 de agosto de 2011

MARIO QUINTANA



No fim tu hás de ver que as coisas mais leves são as únicas
que o vento não conseguiu levar:
um estribilho antigo
um carinho no momento preciso
o folhear de um livro de poemas
o cheiro que tinha um dia o próprio vento...




19 de agosto de 2011

um lugar qualquer




Encontrou-me a saudade
Num banco da praça
De uma rua qualquer
De qualquer cidade
E o meu lamento era um lamento qualquer
Como o de outra pessoa qualquer
Que volta à um tempo qualquer
 Da sua  mocidade.
Deixei o banco sozinho
Na praça da rua daquela qualquer cidade
E parti também sozinha
Com os meus lamentos
E com a minha eterna saudade.
lourdinha Vilela

.CANÇÃO DO DIA DE SEMPRE



Tão bom viver dia a dia...
A vida assim, jamais cansa...

Viver tão só de momentos

Como estas nuvens no céu...

E só ganhar, toda a vida,

Inexperiência... esperança...

E a rosa louca dos ventos

Presa à copa do chapéu.

Nunca dês um nome a um rio:

Sempre é outro rio a passar.

Nada jamais continua,

Tudo vai recomeçar!

E sem nenhuma lembrança

Das outras vezes perdidas,
Atiro a rosa do sonho
Nas tuas mãos distraídas...


Mário Quintana.

18 de agosto de 2011

MARIO QUINTANA

DAS UTOPIAS                                                                     
Se as coisas são inatingíveis... ora!
Não é motivo para não querê-las...                  
Que tristes os caminhos, se não fora
A presença distante das estrelas

11 de agosto de 2011

DIA DE ME ENCONTRAR

Sou parte destes dias,
 de poucas alegrias
ou de alegrias contidas
brincando de ser feliz
na felicidade que veste outra aparência,
ou vive de aparência,
na corrida incerta
de me encontrar.                    
Serei então, fácil de achar
se acaso numa certa Praia,
O meu Barco eu deixar.


Lourdinha Vilela.

7 de agosto de 2011

                       

PAI SAUDADE.



Há tempos, cultivávamos um abacateiro em nossa casa. Cresci vendo seus galhos multiplicarem-se e nos presentear com sua sombra. Eu já não me recordo de quando foi  que ele me ultrapassou em altura, nem tão pouco quando se deu a sua primeira florada, mas me lembro que a partir daí jamais deixou de frutificar. Todo ano distribuíamos abacates para toda a vizinhança.  O abacateiro cresceu demais, e como foi plantado muito perto da casa, estava trazendo problemas.  Seus galhos debruçavam-se sobre o telhado e quando chovia, o vento os jogavam de um lado para outro, numa dança frenética, com sons que pareciam uivos de lobos. Eu tinha muito medo.  No decorrer do tempo, foi cogitado o interesse em cortá-lo por precaução, já que seus galhos atingiram a rede elétrica. A torcida era para que ele apesar dos problemas continuasse lá, como um marco em nossa família. Todas estas passagens que me recordo agora me trouxeram a lembrança de meu pai. Quando eu me sentia com muito medo, na hora das tempestades, eu o chamava e o levava até a janela para mostrar a situação do abacateiro.  Ele olhava, fazia cara de Super- Homem e como se analisasse o problema, que na verdade era mais assombroso em minha mente do que real, passava a mão nos meus cabelos e me dizia para sossegar meu coração, que não havia perigo algum. Nunca soube ao certo se dentro dele mesmo, talvez houvesse ou não uma pontinha de medo, mas suas palavras traziam a segurança de que eu precisava para relaxar e curtir a beleza da chuva, vendo o barro que salpicava da terra pela força dos pingos e sujava as paredes da casa que logo a chuva lavava e novamente o barro sujava. Ver os caminhos que a água fazia como uma serpente. Correr para pegar folhas de cadernos e construir barquinhos. Vê-los desmanchando-se e, quando eram feitos de revistas, observar as figuras deformando-se até colorir um pouco a água. Contar os clarões dos relâmpagos e esperar o barulho dos trovões.  Um pouco mais tarde, sair prá rua e comemorar um novo clarão, dessa vez, o clarão do sol, atraindo borboletas sobre as flores molhadas...                          
Ele se foi tão cedo! Não pôde mais segurar em suas mãos os meus medos. Eu continuei crescendo, (frágil, porém), sem poder contar com seu abrigo, aquele em que basta um olhar, prá saber do pai que agente tem.

Lourdinha Vilela

katie melua. I CRIED FOR YOU- EU CHOREI POR VOCÊ



/TRADUÇAO

Você tem uma beleza tão silenciosa
Ela jaz sob uma sombra azul
Ela me fisgou tão violentamente
Quando eu olhei para você

Mas outros passam, e nunca param
Para sentir a magia em sua mão
Para mim, você é como uma rosa selvagem
Eles nunca entendem o porque

De eu chorar por você
Quando o céu chorou por você
E quando você se foi
Eu me tornei uma andarilha sem esperanças
Mas esta vida não era para você
Embora eu tenha aprendido com você
Que a beleza precise apenas ser um sussurro

Eu cruzarei o oceano em busca de um mundo diferente
Com seu tesouro, um segredo que devo guardar

Em muitos anos, eles podem esquecer
Este nosso amor ou que nos encontramos
Eles podem não saber
O quanto você significou para mim

Eu chorei por você
E o céu chorou por você
E quando você se foi
Eu me tornei uma andarilha sem esperanças
Mas esta vida não era para você
Embora eu tenha aprendido com você
Que a beleza precisa apenar ser um sussurro

Sem você, agora eu vejo
O quão frágil o mundo pode ser
E sei que você se foi
Mas em meu coração você sempre permanecerá

Eu chorei por você
E o céu chorou por você
E quando você se foi
Eu me tornei uma andarilha sem esperanças
Mas esta vida não era para você
Embora eu tenha aprendido com você
Que a beleza precisa apenas ser um sussurro
Que a beleza precisa apenas ser um sussurro

Videi en viado por DramaticoMusic.

6 de agosto de 2011

DIRE STRAITS- SULTANS OF SWING.

   
    
Enviado por kazimaan

JARDINS



Jardins inspiram
transbordam sentimentos
jardins comovem.
 As Flores ao vento
trazem alento.
Se tu queres ser feliz,
mãos à obra
plante rosas
traga uma delas
de presente para mim.


Lourdinha Vilela

1 de agosto de 2011



NATUREZA MORTA

Quero ainda poder contemplar as matas.
Limpas, sem resíduos, garrafas ou latas.
Banhar-me em cachoeiras
Muito embora chorem em cascatas,
Em preces, para o homem parar. Estacionar.
Sim – O Homem!
Este ser chamado de humano
Que vem pisando, sapateando
Em seu próprio gramado
Onde VIDA é o seu significado
A VIDA que recebemos da natureza,
Que se desfaz agora
Numa escala aterrorizante
Sujeita à ganância
Desse  ser pensante.
Haverá um preço
Pelo nosso consumismo insustentável
Seu valor inestimável
Distribuído em parcelas catastróficas
Pelas alterações climáticas,
Desmoronamentos de terras,
Ah! Pobre gente, que fez seus ninhos nas serras.
É a retenção de calor na superfície do planeta
Alterando o regime das chuvas e secas
Afetando as plantações e florestas.
 E, a desertificação será o futuro que nos resta.
É o tão temido efeito estufa,
Enquanto estufamos nosso desprezo
Por tanta beleza,
Poluindo nossos mananciais
Derrubando arvores, consumindo madeira
Ou colocando gado, com seus gases,
Em áreas preservadas.
Tristeza.
Vamos então fugir do ambiente!
Aonde vamos?
Para os oceanos?
Não será necessário minha gente!
Ele virá até nós,
Com o degelo que cobrirá ilhas,
 Chegará destruindo e arrastando
Nossas casas, nosso descaso,
Nossas maravilhas.
Que triste legado,
Deixaremos aos nossos filhos e filhas.
Nosso coração distraído e gelado será então
Nossa própria armadilha.

Lourdinha Vilela 

Vídeo - TheLvProduction