Poesia

A Poesia alcança as fadas, encanta a chuva na madrugada, acompanha os ébrios nos dormentes e se mistura à solidão nas calçadas.

24 de abril de 2014

VIOLÃO

Nice Ventura


QUE PODER
TEM
UM VIOLÃO,
ACERCA DE SEU MESTRE
REVELAR
SEUS SEGREDOS
SUA PAIXÃO.

VERSOS
E
NOTAS
ECLODEM
 MELODIA.

FALA 
DE
AMORES
PASSADOS
PRESENTES.

 VEM O LUAR.
PRA ACOMPANHAR.
NOITES
QUENTES. 

NO AR
CHEIRO DE PÉTALA.

 CANÇÃO!
INTERSECÇÃO
DE UM VIOLÃO
E UM POETA.



Lourdinha Vilela


  

20 de abril de 2014

Momentos.

Imagem da Internet.



Sei dos sabores que adoçam essa manhã.
Braços abertos ,
interpreto nos parques
a dança dos pássaros.
Névoa densa!
Como a criança, absorvo,
doce algodão.
Não haveriam momentos assim
Se não houvesse um coração
Que bate por Ti.
Dentro dele, esperanças,
renovam -se, na Tua força,
buscam incessantemente
fagulhas de um sorriso,
e o  sol tímido doura as folhas
na pintura interior. 
Não haveriam momentos
dessa imensa paz
Se não houvesse um coração
Que bate por Ti.
O vento ensaia canções
contornando as árvores.
Observo novamente o voo das folhas
que se jogam ao chão.
Ciclo do outono,
 Perfume de chocolate nas mãos.
Nos cabelos  fios brancos,
demandam maturidade, reconhecimento ,
conciliação. 
Na imensidão do Universo,
estradas minúsculas
Alcançam objetivos
 e sonhos,
cada um ao seu tempo.
Trilha de formigas.
E agora...
Intenso sol do meio dia.
Não haveriam momentos assim
Se não houvesse um coração
Que bate por Ti e em  Ti
Senhor Jesus Cristo.

Lourdinha Vilela



15 de abril de 2014

Inquietação.

Raimundo de Madrazo y Garreta


Aonde iremos chegar,
com nossos fardos, e desilusões.
As rendas que foram traçadas
Nas grades dos portões
Metal e tinta branca,
parecem agora paralelas
como prisões,
Modelos de um mundo
Egoísta e selvagem.
Encarcerados corações.
Queria os lumes embaçados
Dos antigos lampiões,
Ou até mesmo,
o clarão da lua
e na rua,
  sons de tímidos violões.
De que vale o nosso crescimento,
Se crescemos como goiabeiras
cujos frutos não colhidos,
caídos,
pisados são.
Alardeiam-se  rumores!
Acordem!
 Anjos
da nossa redenção.

Lourdinha Vilela.


Me inspirei no poema da minha amiga Guaraciaba Pérides do blog "Sonhos e Reflexões" com seu maravilhoso poema
"Um anjo chamado Mimi.
;




4 de abril de 2014

Acrílica s/madeira.

O Amor, na pessoa amada,
se reflete assim, tal qual
a paisagem duplicada
em lagoa de cristal.

Heber Salvador de Lima

Imagem Lú

Acrílica s/tela

Abril chega e invade
Traz com o vento
O perfume.
Pretérito e saudade.
ah! Não houvesse ciúme!
 Palavras não ditas,
Ditas palavras,
Malditas!
Na alma, transcritas
Lágrimas infinitas...
Abril traria flores
Doces sabores,
emoção
Som de um violino
Na canção.

Lú  Vilela













3 de abril de 2014

Um Pé de saudades




Há tempos, cultivávamos um abacateiro em nossa casa. Cresci vendo seus galhos multiplicarem-se e nos presentear com sua sombra. Eu já não me recordo de quando foi  que ele me ultrapassou em altura, nem tão pouco quando se deu a sua primeira florada, mas me lembro que a partir daí jamais deixou de frutificar. Todo ano distribuíamos abacates para a vizinhança.  O abacateiro cresceu demais, e como foi plantado muito perto da casa, estava trazendo problemas.  Seus galhos debruçavam-se sobre o telhado e quando chovia, o vento os jogavam de um lado para outro, numa dança frenética, com sons que pareciam uivos de lobos. Eu tinha muito medo.  No decorrer do tempo, foi cogitado o interesse em cortá-lo por precaução, já que seus galhos atingiriam a rede elétrica. A torcida era para que ele apesar dos problemas continuasse lá, como um marco em nossa família. 
Todas estas passagens que me recordo agora me trouxeram a lembrança de meu pai. Quando eu me sentia com muito medo, na hora das tempestades, eu o chamava e o levava até a janela para mostrar a situação do abacateiro.  Ele olhava, fazia cara de Super- Homem e como se analisasse o problema, que na verdade era mais assombroso em minha mente do que real, passava a mão nos meus cabelos e me dizia para sossegar meu coração, que não havia perigo algum. Nunca soube ao certo se dentro dele mesmo, talvez houvesse ou não uma pontinha de medo, mas suas palavras traziam a segurança de que eu precisava para relaxar e curtir a beleza da chuva, vendo o barro que salpicava da terra pela força dos pingos e sujava as paredes da casa que logo a chuva lavava e novamente o barro sujava. Ver os caminhos que a água fazia como uma serpente. Correr, pegar folhas de cadernos e construir barquinhos. Vê-los desmanchando-se e, quando eram feitos de revistas, observar as figuras deformando-se até colorir um pouco a água. Contar os clarões dos relâmpagos e esperar o barulho dos trovões.  Um pouco mais tarde, sair prá rua e comemorar um novo clarão, dessa vez, o clarão do sol, atraindo borboletas sobre as flores molhadas...                          
Ele se foi tão cedo! Não mais segurou em suas mãos os meus medos. Eu continuei crescendo, (frágil, porém), sem poder contar com seu abrigo, aquele em que basta um olhar, para saber do pai que a gente tem.

2 de abril de 2014

CHAMA

Imagem da Internet


Há uma força pra baixo
querendo desconcentrar,
e tudo em que se acredita
parece desencantar.
Difícil é  alcançar as metas
 tentar colher  muito
do pouco que  plantou.
Alongou-se demais o tempo,
cansada a vida vivida 
 apenas de ilusões ficou,
como iscas à espera,
deixadas à beira do rio
que o peixe não fisgou.
Não se tem mais elementos,
talvez pingados argumentos,
 será que o tempo da busca
e da luta passou?
Ou tudo, o desejo certo ou incerto
dentro do peito,
aparentemente se acomodou!
Por que então essa inquietude
Essa agonia que dá,
Quando se olha no vazio
Querendo a si mesmo encontrar?
Talvez por que a luta seja eterna
na busca que continuou.
Mesmo que não se perceba
a chama continuará acesa
se o pavio, de todo não se queimou

Lú Vilela


                                                         Imagem da Internet.