Poesia

A Poesia alcança as fadas, encanta a chuva na madrugada, acompanha os ébrios nos dormentes e se mistura à solidão nas calçadas.

20 de outubro de 2020


 

Escapo dos laços 

Que me amarram 

A mim mesma.

Esqueço  por horas

Os conceitos 

Os preconceitos 

os direitos,

Aceitos ou não  

Embarco no barco

Meio que afundando

E emergindo 

na tragédia, 

Águas  

Dos dias de hoje

Que é  viver...

Tomo os remos

Eu sou o que quero

Ser.

Quem armou e montou

O circo

Não soube

Que cortinas

Não são  apenas

Feitas de panos.

Lourdinha Vilela 


19 de outubro de 2020

Hoje


 O hoje

 antes de eu refletir

Quase não valia para mim

 Hoje só  importaria se anteriormente tivese data marcada.


 Os  dias de hoje, passavam pelos ponteiros do meu relógio, apenas.

Quase Ninguém  nota  o hoje que  é  hoje.

A gente está  muito preocupado com o hoje do amanhã. 

Ou seja, o hoje que estará  no  nosso futuro.

Tolice! Lá  tudo é  tão obscuro.

 E então, não  deveríamos  crer?

Mas temos fé e esperança,

 Vai acontecer!

O hoje lá  no nosso passado, Talvez  tenha mais significado.

Se por um momento foi marcado...

Momento  esse, que no hoje de hoje, talvez   nos faça  feliz ou até  sofrer.

É  quando embarcamos na saudade, na vontade de novamente tudo voltarmos a viver. 

Pra quê?

Como diz o Lulu Santos

" Nada do que foi será "

Será  que somos incapazes de sonhar sem sofrer,  

sem criar expectativas fora da realidade do

nosso próprio  viver.

Sonhar é  Bom!

Mas  se o nosso  sonho , no hoje de amanhã, não  acontecer,

Se tudo o que sonhamos  tenha sido em vão...  

Vamos então 

 colocar nossos novos ou velhos pés  no chão. 

Hoje é hoje. Absoluto.

Carregado de vida e emoção. 

 A primavera chegando, flores se abrindo.  

Vamos viver o hoje de hoje , pleno e iluminado, já  que abrimos nossos olhos e o temos em nossas mãos.


Lourdinha Vilela.

12 de agosto de 2020

É  tão  antiga essa minha vocação para amar a Natureza que acredito ter nascido com ela.
Minha mãe  conta que ainda criança  eu sempre escolhia  e sinalizava gostar mais de lugares que me oferecessem a oportunidade de estar perto de flores, de rios, pedras e animais em nossos passeios.  Com um pouco mais de idade  ja começava  a desenhar flores, matas etc., de uma forma muito particular e testando cores que pareciam me fascinar.  Hoje aos sessenta e cinco anos de idade ainda me encanto e uso da fotografia para registrar e guardar comigo os momentos e- monumentos- da natureza, (pois para mim uma simples árvore  é  um monumento). Elas me trazem alegria, confortam meu coração , acalmam e enriquecem meu olhar.
 A felicidade  está    próxima de nós na simplicidade da Natureza.
Lourdinha Vilela.

  
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19 de abril de 2020

COM HONRAS

  • O extremo de mim
Com suas garras
Busca os mais recônditos acordes
Do meu ser
E se expõe na canção
Que mais parecem pingos de chuva
Assim não mais posso conter
Lágrimas no meu rosto
Que ora chora
A dor do mundo
Minúsculo invasor
Que a Terra parou
Minha voz mais grave,
Outrora ressonante,
Hoje prende
O desalento
Grito flutuante
Ofegante Pátria amada,
Mãe ameaçada
Sua prole isolada
Insegura e Camuflada
Nas máscaras
As falsas verdades
De inimigos mutantes.

Adaptação:
Que 
Hernani Vilela e
Lourdinha Vilela.

15 de abril de 2020

O extremo de mim
Com suas garras
Busca os mais recônditos acordes
Do  meu ser
E se expõe na canção
Que mais parecem pingos de chuva
E não mais posso conter
Lágrimas  no meu rosto
Que chora
A dor do mundo
.
Lourdinha Vilela.

15 de fevereiro de 2020



...Por que essa dor,
 dói,
Sem esconder o sorriso,
Dor de inferno e paraíso,
Que só  mãe  sabe onde dói .
É  dor da saudade
Do longe-perto.
Não  há  distâncias,
Nem abismo,
É  dor do ciúme,
Da lida que descontinuou,
Do cheiro do berço  e do ninho
Que se dispersou
É  dor da ausência
Do filho caçula  que se casou.

Lourdinha Vilela.

2 de fevereiro de 2020


Imagem da Internet

Não há  lugar este, que o meu olhar possa encontrar, que   não  o encontrou  antes a poesia. Essa transborda na altivez  da Natureza  onde  Deus descansa meus olhos e eles buscam docemente a figura da flor, presa à  fresta das pedras respingadas, na imensidão  da cachoeira.
 A palavra pulsa na garganta mas o poema se faz mudo reverenciando a paz.
Algumas formigas vorazes se acumulam sobre minhas botas e me fazem acordar do delírio  de versos que jamais escrevi.
Lourdinha Vilela.