Poesia

A Poesia alcança as fadas, encanta a chuva na madrugada, acompanha os ébrios nos dormentes e se mistura à solidão nas calçadas.

19 de março de 2016







 Amo Brasília
 Com seus caminhos úmidos,
 denunciando tudo o que aqui chora,
 o verde, o amarelo, o azul e o branco,
na Bandeira molhada
sob a chuva de agora.
 O céu sem desenhos  de anjinhos
 se  encontra nublado.
 Sobre  nervos acirrados
a chuva cai serena
 como   a  primeira, 
 sobre o cerrado
 quando arde queimado,
 porém,  mais um pouco  singra
para os gramados,
 expondo  a  beleza   do  “ verde”
 apesar das decepções,  dos ódios,  dos burburinhos

 que só revelam  as cinzas

Lourdinha Vilela



;Fotos Lu


Vejam em http://suaveenatural.blogspot.com.br/   SOB A FUMAÇA.

16 de março de 2016

Dois rios


Imagem da Internet.


Ah!
Essa vontade que as vezes vem,
de interromper
 o fluxo desse rio de latas  enfileiradas,
que me leva a lugar algum
além de tudo aquilo
que chamam progresso.

 Ingressa nesse mundo,
 estou,
em busca do capital, na Capital.
Melhor estaria no regresso
ao lugar das  minhas  recordações
entre a vegetação.
No rio de água pura
Infiltrar meu olhar cansado
e ver
o coletivo que me apraz,
peixes  enfileirados
 coloridos cintilantes
na minha mente refletindo
um pouco de paz,
enquanto o rio,
mansamente
o meu cansaço desfaz.

Lourdinha Vilela

Reeditando

Imagem da Internet

10 de março de 2016

A escritora

Imagem da Internet.                                           

                  Ela trouxe as  flores e as colocou no vaso sobre a mesa do computador - gostava de enfeitar  o  quarto.
                  Uma rajada de vento levou a cortina  para cima das flores enquanto escrevia. Fechou a janela  quebrando um pouco os ruídos da rua. Ao  fundo apenas a canção da” Katie”.
                 Escurecia aos poucos e logo ele entraria com dois cafés, deixaria um  perto dela, acariciaria seus cabelos e o outro tomaria ele mesmo, recostado  às   almofadas sobre a cama do casal - Costumava fazer isso todas as tardes
                  Além da música, ouvia-se  o ruído frenético do teclado no computador de Bia, que por vezes enviava um olhar para o marido como um apelo ou um pedido de desculpas, mas que mesmo assim o encantava - Como resistir àquele olhar?- pensava ele.  Apesar da meia idade, permanecia bela,  traços marcantes nos detalhes dos olhos, grandes e claros, de um azul quase céu, quase mar e assim era  "céu e  mar", onde um dia se encontraram pela primeira vez. Uma beleza singular, embora , muitas vezes ela dizia  ser ele o único ainda a  admirar. Permanecia  emocionado   sem contudo tirar sua atenção, protegendo  o clima mágico e necessário  para  a  conclusão do seu livro.
                   Cochilava...  Muitas vezes ele  sentia  falta de um abraço, mas sabia esperar.  A sabedoria e o respeito por certo  compunham  a base do grande amor  que sentia. 
                      Depois de algumas horas, ela também exausta,  deixando por terminar  algum capítulo, fechava o computador  sonolenta,  para   tornar-se  a protagonista de um  romance pleno," do livro que a vida escrevia".




Lourdinha Vilela



Katie Melua

Agradeço a minha neta Bia  por digitar(Enquanto aguardo a cirurgia )
Não consigo encontrar o" travessão " no meu PC.
                                                                 


5 de março de 2016

                                                                    Imagem da Internet.

Ao cansaço do dia
Misturei meus versos
 Embalou-me 
A poesia

Lourdinha Vilela
reeditando