Poesia

A Poesia alcança as fadas, encanta a chuva na madrugada, acompanha os ébrios nos dormentes e se mistura à solidão nas calçadas.

9 de agosto de 2017

PAI. (In memoriam)







Não sabia o que o seu olhar queria me dizer,
Ao menos não entendia ser, o que eu quisesse ouvir .
Ele era de poucas palavras,
E quando elas acendiam seu olhar
Eram sempre  sinônimos do medo,

Da insegurança de quem conhecia o mundo
Pela  própria dor,

 Apenas queriam me defender dos dissabores da vida.
O seu abraço, sempre tardio, vinha
E eu escutava o seu pedido de desculpas
De certa forma me sentia  protegida.
Hoje    sou capaz de  entender ,
Cada gesto, palavra e até o seu olhar
O seu abraço perfuma minha memória.
 É dele que eu me recordo mais.
Hoje sei que o amor é a razão dos sentidos


Obrigada Pai.

A imagem é daqui.
http://razoesparaacreditar.com/artes/belissimas-ilustracoes-mostram-o-amor-de-um-pai-por-sua-filha-pequena/

5 de agosto de 2017

Em busca do sorriso.



Preciso recarregar meu sorriso.
A expressão mais precisa da felicidade.
As dimensões do rosto , se devem minimizar
Tamanho o  sorriso .
E ele partirá do olhar.
O que vejo pode me fazer sorrir ou chorar;
Na sala de estar , pequeno espaço dentro
De outra sala de estar,
 Lá está o sofá, onde eu devo , permaneço o estar
Triste...
 E o sorriso  à buscar. 
O sorriso, branco, como o sofá, a parede.
 A cortina branca está.
Uma tevê, 
O noticiário mostra  uma gente engessada,
 Repetindo  as repetições.!
Os anúncios de um carro, uma marca  de leite, outra, de um creme dental.
Um sorriso!

Um deleite


Nada há igual.
Um sorriso que brote de dentro.
De amigos juntos.
De bobas palavras.
De babar de sorrir.
Onde ele estará..
Um quadro na parede é uma outra sala
 E  pendura uma paisagem morta,
A  mata, o rio , o céu, o sol,
E uma vontade de estar,
Na sala do mundo  verde, do céu azul, do sol.
 De cabeça para baixo, o céu é o rio
 Posso pensar no peixe
feito de nuvem a nadar
 Lá  quero estar.
Sob a chuva de folhas miúdas
Que caem dos Angicos
Milhões delas haverá.
Tapete verde  pisar.
Na tomada da mata 
Meu sorriso recarregar
Alimentar os  pássaros
E em suas asas
meus sonhos voar. 
Lourdinha Vilela.