Poesia

A Poesia alcança as fadas, encanta a chuva na madrugada, acompanha os ébrios nos dormentes e se mistura à solidão nas calçadas.

31 de agosto de 2012

ENAMORADA



Quando em uma mulher
um grande amor se inicia,
seu coração se transforma
em lindo buquê de rosas,
caixinha de bombons,
livro de poesia.
Seu dia é como brisa fresca na relva.
Passarinhos a cantar.
Chega a noite,
chama de Vela pra celebrar.
Quando perde esse grande amor,
seu coração entristece,
os bombons derretem,
as rosas vão murchar.
Só restará a poesia,
simples forma,
doce disfarce,
 em versos vai chorar.

Lourdinha Vilela.


26 de agosto de 2012

DESCOMPASSO




Respiro um ar que sufoca
Exprimo um ar de tonta
Nessas horas tantas
De que me entristeço
De que males padeço
Que medo me espanca
não terminou a dança
cresci no descompasso
não encontrei o passo
e ainda me sinto criança
não sei que ventos balança
nos meus cabelos a trança.
Rapunzel.
Na torre do céu
Distante,
Me alcance...

Lourdinha Vilela

Imagem retirada da Internet
Anouk Lacasse


Re-postagem

23 de agosto de 2012

SABER DO LUAR


Tenho recebido noticias tantas,
e de tudo,
que às vezes até me desvio delas
para não surtar.
Noticias econômicas
que me colocam em alerta,
de como devo gastar, de tudo que tenho a pagar.
Do pouco-muito que tenho,dos sonhos,
e  perco o sono,e se novamente durmo, volto a sonhar. 
Notícias científicas,
de mil descobertas
do que posso ou não comer, como devo andar ou correr.
De  ter que visitar o cardiologista, e tantos outros (istas)e perco o sono. 
embora sabendo 
que preciso ao menos
de oito horas de sono
para continuar  vivendo
e sonhar.
Noticias da violência,
que nem precisariam noticiar,
me basta sair às ruas,
e com violência me deparar.
Notícias esportivas, tecnológicas, religiosas,
astrológicas, meteorológicas, geográficas, históricas, 
Notícia sobre arte... essa só bem me fará.
Não sei na verdade onde iria chegar!
Mas eu queria apenas notícias de velhos amigos
e com os velhos amigos  recordar:
O voltar despreocupados do colégio, rindo pra tudo e de tudo.
Pegar ônibus e dentro do ônibus poder cantar.
Na descida para a casa, andar sobre os meios-fios,
abrir o chocolate que amassou no bolso do jeans
e as mãos lambuzar.
Sentir de longe o cheiro de bife
no almoço  e ainda,
com os amigos apostar,
-Vem lá de casa o cheiro! E a aposta ganhar.
Como seria bom,  noticias sobre a lua escutar:
Que ela nesta noite estaria Cheia,
e a rua, cheia de gente  despreocupada e feliz, encontrar 



Lú Vilela
Imagem Internet

21 de agosto de 2012


Quando anoiteceu 
o sol se escondeu de mansinho
deixando que as flores tímidas da  acácia, 
banhassem pétalas tremulas à luz do luar.
Lourdinha Vilela

imagens Internet.



17 de agosto de 2012


Longe das cercas
Amarras que prendem sonhos
Ave leve,
leve voo do reencontro
Tocar novamente os vales do céu
O céu no chão da liberdade


Lourdinha Vilela
Imagem da Internet

Eu quero um cantinho assim
para festejar a natureza.
Com vasinhos nos descanso das janelas
e florindo, as violetas, rosinhas brancas e amarelas.
Do artesanato da Vila, direto para o meu pomar,
uma casinha de passarinhos,
para acolher as avezinhas,
que queiram se aninhar.
Um pé de romã, outro de pitangas,
uma bananeira, outras laranjeiras.
Quem sabe uma estradinha,
para a gente caminhar, chegar até o rio...
Ai que vida Boa!! Sera?



                                                                    Imagem da Internet
                                                                     Fotografia Lú Vilela  
Este véu obscuro
Que te adorna invisível
Nada mais é que o contexto
Infinito da tua tristeza.
Roeste as paredes do sótão
Sem conseguir libertar a ti mesmo.
 A luz na janela
Encandeia o teu olhar
Acostumado às sombras
No sótão do teu coração.

LúVilela

imagem - Internet


16 de agosto de 2012





Quando vejo flores
em terra árida 
tenho a certeza
que força e beleza
dão-se as mãos
na natureza


fotografia- Lu Vilela

15 de agosto de 2012





A confiança,
se estabelecerá
pela força das palavras
e apelo dos gestos,

O amor
se aninhará novamente
e aos poucos
pela carência de afetos

Mas a mágoa
Essa continuará
Latente
Pingo ácido no sólido
Eternamente
ou  até
derreter  o coração.

Lourdinha vilela


11 de agosto de 2012

PAI - PINTURA INTERIOR


Sabe pai
Aquele dia...
O dia da sua ausência eterna
“material”
Daquele dia...
até hoje escuto os   rumores
e está tão gritante dentro de mim
que ainda ferem os meus tímpanos
Como o estouro de uma manada de búfalos
abespinhada,
-Morro abaixo,
e só silencia quando encontra o lago
o lago das minhas lágrimas órfãs.



Por Lourdinha Vilela
(em Memória)
Imagem - Bruno Amadio- Italiano
Conhecido pelo pseudônimo - Giovanni Brangolin



Ame seu pai
Mesmo que ele seja tão jovem
 Que se perca ainda nos devaneios da idade
Que  muito tenha falhado
E não sabe, de ser  um pai,  o significado
Ou que tenha muitas reservas
 e não acompanhe as mudanças da tecnologia,
E pareça alienado
Ou que seja tão velhinho
e não conclua uma única frase
Que tenha perdido a cognição.
Que já não possa caminhar ao seu lado pela cidade
E não reconheça a beleza da sua amizade
Mas que tenha batendo no peito
O coração...
Ame seu pai!
Feliz dia dos Pais

10 de agosto de 2012

Canção de amor




...E a tua canção,
a mais perfeita canção..
 para o balé dos meus passos,
rumo à felicidade
dos teus braços.

lourdinha Vilela
Imagem  da Internet

8 de agosto de 2012

Arte Natural


                                                                                  http://www.youtube.com/watch?v=24IfD-0VUu4
O Sol se põe manso,
suave remanso de cores
A cada movimento , um espetáculo esplendido! 
Hora de agradecer ao Criador
Me embriago do amarelo, do lilás 
  
O verde tomando tons de negro
Quer devorar o dia.
O  sol é Astro Rei , 
se impõe ainda, ou.
quer encontrar o luar
Agora aos poucos se esconde,
expressão de quem se deu por vencido
Um pássaro banha-se 
no último raio do sol
A noite aconchega a Natureza adormecida.
Fotografia. Lourdinha Vilela

6 de agosto de 2012

OLHARES



Eu não sei escrever
Sei apenas o quanto gosto
o quanto a minha alma insiste, 
gera palavras,
função enigmática
sem preconceito
sucumbindo a gramática,
quando estas parecem  nascer do meu olhar
e não da minha garganta,
que por vezes me espanta
e as jogo no papel sem pensar.
Qualquer  situação, movimento ,
natureza, sentimento.
Lá estou eu a olhar, 
mais que sentir
Tudo a fluir
Junto letras, crio palavras, pelo meu olhar
Tudo depende do olhar ou da forma de olhar,
Quando  olho para dentro de mim!
Ou quando olho o céu e vejo estrelas,
 ou não!
 Olho o  menino correndo na rua.
Um aceno no portão
 O lago  Paranoá,
 As cadeiras simetricamente dispostas
ao redor da mesa de jantar.
 O sofá na sala,
 E se o meu amor não está...
 Passarinhos, comendo alpiste,
 Olhar sereno de minha mãe
  assegurado por  Deus  
em sua velhice
Olho as nuvens formando ETs
 O cheiro do café
uma imagem barroca
Maria de Nazaré
Olho o trânsito,
 O hospital
 A roupa esquecida no varal.
Olho um colar sem brilhantes
Um livro de artes na estante
A força em muitos,
A fraqueza em tantos
As borboletas, quase não as vejo 





A s flores, essas as quais eu olho mais.
Tudo vive do primeiro olhar
 Tudo é viver a olhar,
Olhar é emoção
 Olho um sorriso,
ou a lágrima  que não molhou o rosto
  e molhou o coração.
Olho alguém, e vejo ninguém
 Olho a cegueira de quem não sabe olhar,
ou prefere não olhar.   
Olho a letra do Nirvana
 Ou Adágio de Bethoven.
Olho para mim
que só quero olhar    
a noite vazia,
 pra fazer poesia
e a rima 
de  nascer o dia.
E novamente ver
O orvalho na janela
Embaçando o meu olhar.


 Imagens da Internet.
Por Lourdinha Vilela

3 de agosto de 2012

acalanto


Mais que a magia de dois seres juntos
Aquela magia
Em que  o universo promoveu o  encontro
Ama r é essa fagulha no meio da palha
O agarrar-se ao alambrado,
 fingindo  atirar-se da ponte.
O soluço, entre risos
O riso, molhado de lágrimas
Ver o tudo onde nada se encontre
O seguir adiante,
 Ao tom do alegre
Ou  tristonho
 Relevante
Até  quando
  do peito se quer  arrancar
O que no coração se acomoda
-O acalanto,
do primeiro sonho.
Onde o amor se resguarda.

Lourdinha Vilela 



Imagem da Internet.





1 de agosto de 2012

ALÉM PARAÍBA - MINAS GERAIS



Voltava  da missa.
A igreja: Matriz de são Jose
Ia pra Granja, não de galinhas
Não por que não tivesse galinhas
Até que algumas  tinha.
Mas esse era o nome da vila onde moravam
Minha avó, meu avô, e minhas doces tias
Maria e Terezinha

O caminho ainda de paralelepípedo
Que quando criança não conseguia falar.
Rua margeada de casas. Telhados coloniais.
Algumas de dois pavimentos
Outras  simples casebres ,intercalando pedreiras
Plantas nativas, mangueiras,
plantas plantadas, replantadas
Nas varandas de pisos vermelho,  brilhante
que davam direto pra rua.
Pontos de ônibus.  Gente amiga, amiga de verdade,
como se faziam  os amigos de antes.
E o cheiro da rua! lembro –me  até hoje, mas não conseguia saber do que
Hoje abri um pimentão verde, e senti o cheiro  que parecia ser,
Aquele cheiro da pedreira molhada, junto com a terra escura, que escorria pela rua
quando a chuva caía, como cai agora, a lágrima quente no meu rosto, não mais
de adolescente, madura, mas, vivente que sente saudade das ruas, do céu azul
 dos bairros,de
Além Paraíba de Minas Gerais, das águas escuras barrentas do rio Paraíba do Sul.
Com certeza eu trocaria esta morada no lugar onde agora estou
Pelo lugar da minha saudade que no  meu coração ficou.


Imagens  da Internet.