Poesia

A Poesia alcança as fadas, encanta a chuva na madrugada, acompanha os ébrios nos dormentes e se mistura à solidão nas calçadas.

29 de maio de 2015

Vira-latas



Sustentada por velhos mourões
 A cerca era toda em arame farpado
várias carreiras  listravam a visão .
Mesmo assim, dois cãezinhos esguios
por ela entravam
atraídos pelo cheiro
da comida no fogão.
E na hora em que a família 
se reunia na varanda pra almoçar,
sempre, pra  eles sobrava 
um pouco de tudo, pra festejar.
Ora um osso de uma pobre galinha
ora angu de fubá,
mandioca bem fritinha, 
 e água da poça, quando chovia 
mas se a barriga estava cheiinha,
pra que reclamar!

Um dia uns homens vieram
pra  cerca derrubar
e os cãezinhos  espiavam surpresos
- Vai ficar mais fácil agora, 
nada de arames pra espetar.
E chegaram mais homens
mais tijolos, cimento
e pás.
Uma parede imensa crescia
para o roçado fechar.

Pobres cãezinhos famintos
agora se olhavam a pensar..
Melhor procurarmos outra roça.
Comidinha foi feita pra comer, 
não só para cheirar.

Lú Vilela

reeditando









26 de maio de 2015

Pelas ruas

                        Imagem da Internet                                


Imagino ao acaso um poema 


São tantas cenas...
Pessoas na rua.
nosso bom dia,
nosso descaso.
Tantos detalhes,
tudo fluindo e influindo
 positivamente ou não.
Olhares,
 sorrisos.

Hoje aqui estou,
de dentro do meu quintal,
olhando a  mesma rua
ora vestida de gente,
ora nua.

Vejo um menino
batendo de porta em porta.
Mendigando estava,
porém, ninguém o recebeu.
Sentou-se na calçada,
 seu olhar entristeceu.
Vejo um velho, quase sem os seus cabelos
 buscando um pouco de sol.
Um rapaz lavando  seu carro
-táxi.
Uma flor,
Dente - de –Leão
.
Janelas velhas, janelas novas.

Meu olhar e a poesia
 rua afora.
Mas é dia,
busco concentração.
Faço e desfaço versos.
Desisto então.

Cai a noite.
Ela,
é como um canteiro.
se acaso quero
um poema  criar,
e chega bem escura
é hora de semear.
Quando todos dormem
pareço despertar.
Vem a lembrança...
O rapaz do táxi,
poderia estar
recebendo um telefonema,
alguém pedindo urgência,
alguém precisando,
seu táxi usar,
e uma barriga imensa,
querendo se esvaziar.
O moço deixou seu trabalho,
para outro trabalho enfrentar
metade do carro,
ainda  por lavar.
Metade limpo, metade sujo,
assim como  no parto se fazia,
metade alegria
metade dor,
e por causa da correria,
a mangueira ligada ficou.
Para o menino pedinte;
A festinha!
Ladeira abaixo, a água escorria,
graminhas entre os meios-fios,
agradeciam.
E o menino sapateando o sol
que a água refletia.

Uma rajada de vento,
 levou a flor...
Centenas de pétalas minúsculas
para a cabeça do avô,
que nem sequer percebeu ,
que mais fios ganhou.

E eu 
por acaso a me encantar...
 A noite escura
agora,
começava
a clarear

por :Lourdinha Vilela

Queridos amigos , estou reeditando postagens pois minha mãe está precisando um pouco mais de cuidados,
logo estarei trazendo novas postagens, Peço que me desculpem aos poucos colocarei em dia  também, as minhas visitas. Uma excelente semana  a todos.



9 de maio de 2015

Esta imagem : Internet.

Eu quero um cantinho assim
para festejar a natureza.
Com vasinhos nos descanso das janelas
e florindo, as violetas, rosinhas brancas e amarelas.
Do artesanato da Vila, direto para o meu pomar,
uma casinha de passarinhos,
para acolher as avezinhas,
que queiram se aninhar.
Um pé de romã, outro de pitangas,
uma bananeira, outras laranjeiras.
Quem sabe uma estradinha,
para a gente caminhar, chegar até o rio...
Ai que vida Boa!! Sera?

Lú Vilela


7 de maio de 2015

                                                              Imagem da Internet.

Passei na contramão do seu olhar
Você olhou pra mim
 Um sorriso rasgou suave o seu rosto
 Mais precisamente o lado do lado meu
Foi como um relâmpago
O bater das asas de um pássaro
Ou de uma porta entreaberta .
Diligente mas com tanta personalidade...
Abriu uma clareira,
Quis voar em suas asas
E adentrar sua porta

Lourdinha Vilela
.



2 de maio de 2015

O Alpinista

                                                                     Acrílica s/madeira(Lu Vilela)
                                                                               
Autor desconhecido.



                                                                                Um homem tinha um grande sonho e durante anos treinava para realizá-lo. Escalar a montanha KX a segunda maior do mundo, onde muitos haviam morrido na ânsia de chegar. Este era o seu grande sonho.
Ele sabia da dificuldade que enfrentaria mas por ser orgulhoso, queria as glorias de alcançar o topo da montanha sozinho, feito inédito até então.
Chegando o grande dia o alpinista começou sua escalada rumo ao pico, e escolheu o lado mais difícil e perigoso. Apesar do seu preparo físico, o cansaço o venceu quando estava quase atingindo o pico da montanha.
Escorregando, começou a cair muitos metros pela encosta até que um dos ganchos que ele havia colocado para sua segurança o sustentou .Ali, ele ficou pendurado, bastante machucado, por horas seguidas, à espera de uma equipe de salvamento. Já era noite e uma neblina muito intensa encobria a montanha. No desespero em salvar-se  e sem saber em que altitude se encontrava, ele gritou aos céus pedindo socorro "Deus se você existe, me ajude agora"! " Não obteve nenhuma resposta e mais uma vez ele clamou: "Deus, para quem minha mãe tanto rezou, se  você  existe, me socorra"! Nesse instante uma voz forte respondeu: "Você me chamou meu filho?"
O alpinista desconfiado, porém muito assustado perguntou: "Quem está falando?"
"Você me chamou?" Eu existo sim, e estou aqui para ajudá-lo" respondeu a voz em tom acolhedor.
"Então Deus me ajude a sair desta situação, caso contrário morrerei"- O desespero já tinha tomado conta do alpinista, tão confiante das suas habilidades"
"Você lembra daquele presente que sua mãe lhe deu no seu último aniversário?- perguntou Deus a ele.
"Aquele canivete todo especial? Sim está comigo!"
"Pois bem disse Deus, pegue-o agora e corte esta corda que lhe segura. Pode confiar em mim"!
Fez-se um grande silêncio o alpinista pensou,pensou...
No dia seguinte o encontraram morto, agarrado à corda ,a exatamente um metro, isso mesmo a um metro de distância do chão.
Ele não confiou em Deus.



"Compreendi que  acima de minha parca e mutável sabedoria havia uma verdade eterna, imutável. Atentei, então para o fato de que tal verdade é Deus" (S.agostinho)



Louca por tintas e pincéis.

Há mais ou menos dois anos, enquanto fazíamos uma pintura aqui em casa,  aproveitei  um pouco de massa corrida e tinta acrílica, e  fiz essa paisagem sobre um pedaço de madeira que nunca emoldurei,  Estava aqui junto com uns trecos que  queria jogar fora mas fui acumulando, resolvi então tirar uma foto, e ficou assim com o brilho atribuído pela tela do PC.  Até que gostei. bjs.