Poesia

A Poesia alcança as fadas, encanta a chuva na madrugada, acompanha os ébrios nos dormentes e se mistura à solidão nas calçadas.

19 de fevereiro de 2019

Lamento- Brumadinho.




Foto Lú Vilela





Olho através dos olhos
que me prendem à Colina.
Não há prados verdejantes
céu azul,
tudo é ruína.
Seca está a flor
dos meus sonhos,
conforme seca, a Mina
e me agarro aos acordes
desse choro-canção
e somente a lágrima
é cristalina,
no poema que atrai
pássaros
e me emprestam asas
pra fugir da minha sina.
Ouço uma voz ao longe
é a vida que sussurra
no vento,
bagunçando as folhas
de Amora.
Quem vem lá agora
alguém que sorri
alguém que como eu
chora.
Na barra do meu vestido
enxuguei meu lamento.
Ai  de mim!
que não me aguento assim,
enquanto essa demora...
Lourdinha Vilela.