Poesia

A Poesia alcança as fadas, encanta a chuva na madrugada, acompanha os ébrios nos dormentes e se mistura à solidão nas calçadas.

8 de abril de 2017

À deriva





 Sempre quis desenhar  uma paisagem com barquinho.
  Na minha infância, quando viajava com meus pais pelas  terras de Minas Gerais, eu via os morros ao longe . grandes pedreiras azuladas devido a distância, fios de águas que desciam delas.
. A imensidão das matas  com  árvores floridas, me faziam querer sair do carro, se pudesse, me tornaria um anjo e voaria até lá  para depois descer   tocando  com meus  pés  aquelas estradinhas que   recortavam   o verde.
  De repente a geografia mudava meus sonhos  e  em outro quilômetro qualquer, avistava  barcos à margem dos rios ou riachos e lá meu coração também ancorava, eu eu queria brincar nas águas como um peixinho, ou  conduzir o barco,  remando entre as pedras.


Ao entardecer  tudo ia perdendo as formas, e monstros se formavam  no desenho das árvores,  na 
verdade toda a paisagem ficava para trás quanto mais avançávamos e alcançávamos ao amanhecer  os traços  da vida urbana.


Hoje sou um barco à deriva na cidade grande. 
A imensa paisagem das luzes artificiais não  clareiam minha alma,  e até fazem arder meus olhos
quando choro pelo sonho não alcançado ainda.  O Sonho de morar definitivamente junto a natureza. ouvindo o canto dos passarinhos.  Por enquanto,   O rio  escorre pelo meu rosto.




Lourdinha Vilela.


Imagem da Internet


Essa vontade que as vezes vem,
de interromper,
 o fluxo desse rio de latas  enfileiradas,
que me leva a lugar algum
além de tudo aquilo
que chamam progresso.
 Ingressa nesse mundo,
 estou,
em busca do capital, na Capital.
Melhor estaria no regresso
ao lugar das  minhas  recordações
entre a vegetação.
No rio de água pura
infiltrar meu olhar cansado
e ver
o coletivo que me apraz,
peixes  enfileirados
 coloridos cintilantes
na minha mente refletindo
um pouco de paz,
enquanto o rio,
mansamente
o meu cansaço desfaz.




Lourdinha Vilela
Reeditando 








7 de abril de 2017





Imagem da Internet..



Sei dos sabores que adoçam essa manhã.
Braços abertos ,
interpreto nos parques
a dança dos pássaros.
Névoa densa!
Como  criança, absorvo,
doce algodão.
Não haveriam momentos assim
Se não houvesse um coração
Que bate por Ti.
Dentro dele, esperanças,
renovam -se, na Tua força,
buscam incessantemente
fagulhas de um sorriso,
e o  sol tímido doura as folhas
na pintura interior. 
Não haveriam momentos
dessa imensa paz
Se não houvesse um coração
Que bate por Ti.
O vento ensaia canções
contornando as árvores.
Observo novamente o voo das folhas
que se jogam ao chão.
Ciclo do outono,
 Perfume de chocolate nas mãos.
Nos cabelos  fios brancos,
demandam maturidade, reconhecimento ,
conciliação. 
Na imensidão do Universo,
estradas minúsculas
Alcançam objetivos
 e sonhos,
cada um ao seu tempo.
Trilha de formigas.
E agora...
Intenso sol do meio dia.
Não haveriam momentos assim
Se não houvesse um coração
Que bate por Ti e em  Ti
Senhor Jesus Cristo.

lourdinha Vilela