Poesia

A Poesia alcança as fadas, encanta a chuva na madrugada, acompanha os ébrios nos dormentes e se mistura à solidão nas calçadas.

12 de junho de 2018

O meu amor sabe


Reeditando.

Sabe dos galhos entrelaçados das árvores,
 Abraço e abrigo.
 Nos entrecortados das matas,
 Sabe dos ninhos escondidos
Feitos fio a fio pelos passarinhos.
Sabe das estações,
 De suas cores,
 Seus tons, calores,
 Arrepios do  frio,
cobertores primaveris
 o solo  de flores.
Secas plantações.
Da Cheia das águas,
Das mágoas
Das orações.
Sabe ler as horas pela sombra do sol.
Sabe o barulho dos bichos
 E se não é bicho, cuidado é preciso ter.
 Sabe com Deus o dia  tecer.
Sabe dos rios, dos barcos, dos peixes, das iscas,
De saciar a fome.
E para a minha emoção,
Da minúscula flor, sabe o  nome,
 Dos tamarineiros, dos figos, das laranjeiras,
 Aboboreiras  bordando o chão.
Espuma de sapos.
Canto das cigarras.
Das tanajuras,
o voo nupcial.
 Das madrugadas
Ao nascer do sol,
O arrebol.
 Acordar com o relógio dos galos no quintal.
Da lanterna dos pirilampos,
Faiscando na escuridão.
Sabe do luar,
 Clareira para sonhar,
 Viola para acompanhar.
Prelúdio  de amar.
E quando meu coração
 Aporta
Na enseada da solidão,
Sabe da canção
 E diz
Que é para me fazer feliz.

Lourdinha Vilela