Poesia

A Poesia alcança as fadas, encanta a chuva na madrugada, acompanha os ébrios nos dormentes e se mistura à solidão nas calçadas.

9 de janeiro de 2019


Bom dia!
LXIV


Abro meus olhos,
não tanto quanto antes,
quando no  abrigo
da minha infância.
Pálpebras  debruçam sobre  eles agora.
Um pouco apenas.
Na janela uma brisa aveludada
refresca meu rosto mutante.
Em um instante,
um movimento
faz tremer a cortina.
- É o Juca!
O cãozinho  da minha neta,
sinalizando seu agitado bom dia.
 -Me pegue no colo - Sorria!
- É o seu pedido.
E como não sorrir.
Já no colo, quer ver da janela
tudo que eu vejo
mas não como eu vejo.
Como será tudo o que um cãozinho vê,
sob a sua visão dicromática?
-As árvores  que cantam
canções de cigarras
e de passarinhos?
-As flores,  que conversam com as borboletas?
-O céu com formas e cores
esboçando presságios
de chuva ou de sol?
-Os humanos transitando
seus rostos ensolarados,
pensamentos ocultos
de pressa ou calmaria
dor ou alegria?
Não sei ao certo.
Porém nada irá suprimir
um Bom Dia.
E o dia hoje está claro!
O sol brilha e  me convida a passear
 e comemorar mais um aniversário.
Bora Juca!
Enquanto  meu coração acumula expectativas.


Obrigada,  meu bom Deus.