Poesia

A Poesia alcança as fadas, encanta a chuva na madrugada, acompanha os ébrios nos dormentes e se mistura à solidão nas calçadas.

14 de dezembro de 2011

O ESPELHO


Hoje estive pensando, sentada na frente do espelho, o quanto ele esteve e está presente em nossas vidas.
Você já parou pra pensar nisso? Tenho certeza que não; mas veja: Enquanto criança vivia sempre às voltas com um espelho na mão, não por vaidade, apenas por estar inventando brincadeiras.  Gostava de percorrer os corredores da casa com um espelho refletindo o teto, dava uma sensação de medo, parecia estar flutuando de cabeça para baixo, ainda mais quando me encontrava na casa de minha avó, com aquelas telhas coloniais antigas, parecia que ia cair, ficava um pouco tonta, e acabava em gargalhadas.
Quando chega a adolescência, aí é que não nos desgrudamos de um espelho mesmo. Quantas vezes ele nos viu sorrir ou chorar descabeladas, felizes ou muito infelizes com nossa própria aparência, já que nessa idade, para determinadas pessoas o que mais importa é a aparência.  Passamos horas diante dele, experimentando roupas, sapatos, bijuterias enfim tudo, o que possa preencher nossa vaidade. Tudo normal, sem contar os exageros cometidos em nome dela, como as anorexias, bulimias etc. Porém é claro que não iríamos deixar de aproveitar essa fase mágica, e esperar que o tempo passasse sem nos sentirmos como princesas, e atuarmos em um castelo encantado. Tudo faz parte de estarmos inseridos em sociedade alem de satisfazermos nosso próprio ego.
 Teremos que estar preparados, pois um dia virá, em que felicidade já não irá combinar tanto com espelhos; quando chegarmos lá pela terceira idade, ou “melhor idade” como se diz por aí para adoçar o nosso lado psicológico. Já estou me preparando. E se você também já chegou ou está chegando nesse momento que também deverá ser encantador,se levarmos em conta o aprendizado, e a construção de uma vida, não se entristeça não e quando se encontrar diante de um espelho como estou agora e começar a contar os infinitos cabelos brancos, as pequenas rugas e tiver vontade de sair correndo atrás de uma clinica de beleza, com certeza irá recuperar uns quinze anos de sua aparência, porém não se esqueça de que toda essa trajetória só foi percorrida por que nosso coração pulsa no peito, sinal de que nascer crescer, envelhecer, significa estar vivos, e é  isto o que realmente importa.


Que tal agora ,na plenitude do amadurecimento, nos tornarmos espelho, e tentar refletir um pouco mais de paz, serenidade compreensão, carinho e sabedoria  ao mundo que nos cerca!

lourdinha Vilela

5 comentários:

  1. Os reflexos são bem diferentes dos nossos 18 aninhos, mas vamos envelhecer com dignidade, e temos uma história de vida que não permite plástica porque é valiosa demais. Um grande abraço.

    ResponderExcluir
  2. E como importa, Lourdinha!
    Cada fase tem a sua beleza. Viver cada ciclo com plenitude e não temer o privilégio de viver e chegar à maturidade.

    Amei o texto!

    Beijos :)

    ResponderExcluir
  3. Lourdinha,
    Viajei através do teu espelho, mergulhei nas lembranças, tão parecidas, como esta de andar olhando o teto com suas telhas e cumeeiras expostas... fantástico!
    Quanto aos cabelos brancos que aparecem com as rugas... faz parte da vida e está lá, no fundo do espelho...
    Bjs.

    ResponderExcluir
  4. Lourdinha,
    Feliz Natal e um Novo Ano de Luz, Paz e Amor!
    Beijos :)
    Nádia

    ResponderExcluir