Mulher

Já é dia.

Com as pontas dos dedos

Ela desembaça na vidraça

o orvalho da noite fria.

Sorri quando vê violetas,margaridas.

Corre, para  o espelho,

escova o cabelo.

Recomeça a lida..

As vezes com beijos

as vezes sem.

Depois de servir o café,

Se despede dos filhos,

De seu amor também

E esse é apenas o começo

de seus inúmeros papéis.
,

Muitas dessas,  se encontram

Sem filhos, sem amor

Sem ninguém.

No transito, apressadas para chegar ao trabalho,

Nas filas dos bancos, nos supermercados.

Ninfas, deusas ,sereias,   

abrem suas bolsas,
procuram por um batom
jamais admitem
sentirem-se  feias

Mas o desafio está por um fio

antes da condução  passar,

Só falta chover, para  a escova no cabelo dançar.

Olhos, caras e bocas!

As vezes santas,

As vezes loucas.

Se vestem de Médica

Professora, Dançarina

Cientista, Enfermeira,

Arquiteta, Dona do  lar 
Policial.
No almoço

encaram a salada,

tudo normal. 
Amigas fiéis, 
leoas, bruxas 
ou doce "Cinderela" 
Se acaso,  uma dessas mulheres você encontrar
Cuidado!

Irá  se apaixonar!,
Então, feliz
ou infeliz...
Jamais sobreviverás sem ela.

Lourdinha Vilela