Estou fazendo algumas alterações no blog. Claro já estão vendo. Sou assim inquieta, e gosto de mudar, me faz bem. Como também sou um pouco insegura, não sei ao certo como irá ficar. Beijos. Espero que gostem.
São diversas as situações em que um sorriso poderia mudar o rumo de um dia chato. E por exemplo já tentou sorrir para a pessoa que te atendeu no caixa do supermercado, da padaria, na fila do banco, soltar-se e dizer um muito obrigado mesmo que a pessoa do outro lado esteja simplesmente cumprindo com a sua obrigação? Dizer Bom Dia cria expectativas. A comunicação está cada vez mais difícil pessoalmente, e a comunicação virtual deixa sempre dúvidas. Até mesmo dentro de algumas famílias está acontecendo um distanciamento entre as pessoas. Cada uma delas, dentro do seu mundinho particular envolta em suas angústias, em seus problemas e medos, cria em torno de si uma armadura, e padece de enfermidades muito sérias como a depressão, famosa nos dias de hoje, provocada muitas vezes pela solidão, embora se esteja rodeado de pessoas, ou pelo stress outro vilão sorrateiro e voraz. Esquecendo-se de sorrir, o dia se tornará mais cansativo e feio, visto que nosso rosto terá expressões amargas favorecendo o envelhecimento precoce e o efeito será de bate/volta. Cara feia X Cara feia.
-Experimente sorrir. Eu estou tentando, e estou adorando.
-Se não conseguir dar o seu sorriso a alguém que esteja do seu lado em qualquer situação no dia a dia, então apenas empreste-o e você verá como é bom sorrir e receber de volta lindos sorrisos em parcelas acrescidas pelos juros de felicidade e de novas amizades.
No fim tu hás de ver que as coisas mais leves são as únicas
que o vento não conseguiu levar:
um estribilho antigo
um carinho no momento preciso
o folhear de um livro de poemas
o cheiro que tinha um dia o próprio vento...
DAS UTOPIAS
Se as coisas são inatingíveis... ora!
Não é motivo para não querê-las...
Que tristes os caminhos, se não fora
A presença distante das estrelas
Há tempos, cultivávamos um abacateiro em nossa casa. Cresci vendo seus galhos multiplicarem-se e nos presentear com sua sombra. Eu já não me recordo de quando foi que ele me ultrapassou em altura, nem tão pouco quando se deu a sua primeira florada, mas me lembro que a partir daí jamais deixou de frutificar. Todo ano distribuíamos abacates para toda a vizinhança. O abacateiro cresceu demais, e como foi plantado muito perto da casa, estava trazendo problemas. Seus galhos debruçavam-se sobre o telhado e quando chovia, o vento os jogavam de um lado para outro, numa dança frenética, com sons que pareciam uivos de lobos. Eu tinha muito medo. No decorrer do tempo, foi cogitado o interesse em cortá-lo por precaução, já que seus galhos atingiram a rede elétrica. A torcida era para que ele apesar dos problemas continuasse lá, como um marco em nossa família. Todas estas passagens que me recordo agora me trouxeram a lembrança de meu pai. Quando eu me sentia com muito medo, na hora das tempestades, eu o chamava e o levava até a janela para mostrar a situação do abacateiro. Ele olhava, fazia cara de Super- Homem e como se analisasse o problema, que na verdade era mais assombroso em minha mente do que real, passava a mão nos meus cabelos e me dizia para sossegar meu coração, que não havia perigo algum. Nunca soube ao certo se dentro dele mesmo, talvez houvesse ou não uma pontinha de medo, mas suas palavras traziam a segurança de que eu precisava para relaxar e curtir a beleza da chuva, vendo o barro que salpicava da terra pela força dos pingos e sujava as paredes da casa que logo a chuva lavava e novamente o barro sujava. Ver os caminhos que a água fazia como uma serpente. Correr para pegar folhas de cadernos e construir barquinhos. Vê-los desmanchando-se e, quando eram feitos de revistas, observar as figuras deformando-se até colorir um pouco a água. Contar os clarões dos relâmpagos e esperar o barulho dos trovões. Um pouco mais tarde, sair prá rua e comemorar um novo clarão, dessa vez, o clarão do sol, atraindo borboletas sobre as flores molhadas...
Ele se foi tão cedo! Não pôde mais segurar em suas mãos os meus medos. Eu continuei crescendo, (frágil, porém), sem poder contar com seu abrigo, aquele em que basta um olhar, prá saber do pai que agente tem.