Sabe dos galhos entrelaçados das árvores,
Abraço e abrigo.
Nos entrecortados das
matas,
Sabe dos ninhos
escondidos
Feitos fio a fio pelos passarinhos.
Sabe das estações,
De suas cores,
Seus tons, calores,
Arrepios do frio,
cobertores primaveris
o solo de flores.
o solo de flores.
Secas plantações.
Da Cheia das águas,
Das mágoas
Das orações.
Sabe ler as horas pela sombra do sol.
Sabe o barulho dos bichos
E se não é bicho,
cuidado é preciso ter.
Sabe com Deus o dia tecer.
Sabe dos rios, dos barcos, dos peixes, das iscas,
De saciar a fome.
E para a minha emoção,
E para a minha emoção,
Da minúscula flor, sabe o
nome,
Dos tamarineiros, dos figos, das laranjeiras,
Aboboreiras bordando o chão.
Espuma de sapos.
Canto das cigarras.
Das tanajuras,
o voo nupcial.
Das madrugadas
Ao nascer do sol,
O arrebol.
Acordar com o relógio
dos galos no quintal.
Da lanterna dos pirilampos,
Faiscando na escuridão.
Sabe do luar,
Clareira para sonhar,
Viola para acompanhar.
Prelúdio de amar.
E quando meu coração
Aporta
Na enseada da solidão,
Sabe da canção
E diz
Que é para me fazer feliz.
Lourdinha Vilela