Poesia

A Poesia alcança as fadas, encanta a chuva na madrugada, acompanha os ébrios nos dormentes e se mistura à solidão nas calçadas.

19 de maio de 2014

Meio do Dia.

 .
A vida pode ser um palco!
E o que tenho de certo,
está no pó dos meus sapatos,
mas os caminhos são incertos.
Interpreto o que carrego,
carrego alegorias.
Brilham purpurinas  
ao amanhecer,
ao anoitecer
desvanecem
Resta-me sonhar 
outros sonhos,  
ensaiar mais um dia,
e  humildemente
calçar os sapatos do aprender.

Lourdinha Vilela.


Estarei ausentes por uns dias.Bjs.  Obrigada


                                                                

16 de maio de 2014

Despertar






 Em mim, o som

 Em ti, o silêncio

Em mim, o tom
Em ti, o lamento
Enveredas por vales
de abismos desertos.
Surjo entre ondas
 na orquestra,
do mar dourado
batendo nas pedras.
 Surjo dos sonhos sonhados
pra te despertar,
antes que ouses
à queda.

Lú Vilela







Tradução.                 

En junio si, Vera não pode 
saber como imaginar 
se sobre uma árvore vive tú 
feito de borracha em torno 
Sinta o ar na parte da manhã 
parece incenso, abordaremos 
e você é essa criança 
Perseguindo uma libélula 
Levantando os braços para o céu 
como um símbolo de liberdade 
um direito natural para a humanidade 
sentindo na nossa cara um novo olhar 
instinto que não vamos 
Agora sinto a necessidade 
e gritando e 
É liberdade 
Também em junho é o Natal 
Desejando estará com 
se você me deixar embarcar 
pelas ondas de um vasto mar 
contra aqueles que nos julgar 
sem palavras ou música 
Levantando os braços para o céu 
como um símbolo de liberdade 
o direito de sonhar para a humanidade 
sentindo na nossa cara um novo vento 
uma nova possibilidade 
a exigência de encontrar uma revanche 
gritando e 
Abrázala 
para encontrar 
a única alternativa 
abrázala 
é a liberdade 
a essência e genialidade 
Alzándonos 
abrázala 
é a liberdade 
a essência e genialidade 
adotá-la para encontrar 
a única alternativa 
apenas a liberdade

12 de maio de 2014

Ostra.

Imagem da Internet.

Só você mãe

Que jeito de ostra tem
Suave molusco-músculo
O teu coração quando vem
E abre-se ao lodo que rejeitas
que te enodoa,
porém...
sem rancor
da dor que recebes
E que te magoa
surgem pérolas
de amor.
Oh! Mãe,
Que a seus filhos perdoa
Não viestes ao mar deste mundo
à toa.


Lourdinha Vilela

9 de maio de 2014



Desejo  à todas as mães, um dia muito feliz, neste dia especial que tem o nome de cada uma delas.

Um grande abraço.

7 de maio de 2014

Mãe e pai



Por amor sou eu, de um ventre nascida.
Por amor sou eu, pois
 a cara do pai
e o jeito da mãe, esculpida
E o que me faltava
era a presença do pai
que  se foi,
cedo demais.

No tempo das longas distancias
por mim percorrida,
até alcançar os sonhos
da estrada escolhida,
minha mãe,
  foi um pai
 mas  não deixou de ser mãe.
Minha mãe!
que em seu regaço traz,
o pai e a mãe que me completam a vida
.
Minha mãe, minha paz!

Lourdinha Vilela


5 de maio de 2014

Lamento...


                                                   
                                                                     

No farol ofereci arte
Joguei meu sorriso,
Estendi-lhe a mão.
Você baixou o olhar,
 Atirou-me moedas,
E ali fiquei no chão.

No supermercado
Conduzi seu carrinho,
Joguei meu sorriso,
Estendi-lhe a mão.
Você baixou o olhar,
Atirou-me moedas,
E ali fiquei no chão.

No estacionamento
Lavei seu carro,
Joguei meu sorriso,
Estendi-lhe a mão.
Você baixou o olhar,
Atirou-me moedas,
E ali fiquei no chão.

Na tarde cinzenta,
Presa às ferragens,
Seu olhar me olhou,
Joguei meu sorriso,
Estendi-lhe...

E ali ficou no chão.
.
por Lourdinha Vilela

4 de maio de 2014

Viajando no passado





As férias são sempre mágicas, mais ainda na infância, onde não estava (naquela época dos anos 60), cercada de medos e traumas que poluem os pequenos de hoje.  Que eu me recorde, o lugar para onde viajava era quase sempre a casa da minha avó, em Minas Gerais. Para mim não existia lugar melhor, embora não tivesse acesso aos outros lugares maravilhosos; era a casa de avós, e todos sabemos como é bom.

Na estrada eu conferia tudo, cada morro, nuvem, rio, ponte, placas, pássaros, gado, etc., claro ainda não existia o celular,  que nos conecta ao mundo, mas que nos deixa em posição de oração, com o pescoço dobrado,cabeça baixa e assim chegamos à várias distâncias, mas perdemos o foco do que nos rodeia,  no caso, da paisagem soberba cortadas pelas estradas, dos assuntos gostosos,descontraídos, das músicas que cantamos embalados pelo movimento do carro, das piadas que nos fazem sorrir, e desligar um pouco.

Quando chegávamos, eu meus pais e irmãos era aquela festa, uma mesa gostosa com tudo que criança gosta. Bolo de fubá, pudim, pão de queijo quentinho, suco natural de frutas colhidas lá no pomar do meu avô, brevidade, o cheirinho do papel que envolvia os biscoitos por dentro da lata ou da caixa, o  leitinho,  pão de mel. - De dar água na boca. 

A gente nem se cansava, tomava banho por que era obrigado, mas queria mesmo correr para as árvores, subir nas mangueiras carregadas, ser o primeiro a matar saudade do balanço que ficava ali pendurado, só esperando  pela nossa chegada.- Meu avô nestas alturas já havia conferido as cordas para não arriscar uma queda.

Depois era aquele almoço, toalha branquinha, galinha caipira, couve, angú de fubá, feijão preto, arroz soltinho, jiló que eu não gostava e que agora adoro e bolinho de arroz ou mandioca. Tudo tão simples, e hoje sei por que não me esqueço daqueles sabores, tudo vinha carregado de carinho, alegria e paz.
Depois do jantar, batia um sono, dormíamos cedo, enquanto os adultos, ainda recebendo visitas dos tios, primos, parentes em geral, tomavam café e chá.
Antes de pegar no sono, os pensamentos buscavam as lembranças do dia, das brincadeiras, e da promessa feita de, no dia seguinte, pegar o ônibus passear pela cidade, e visitar outros parentes. Daí talvez sem nem perceber eu acabava de arrancar com as mãos toda bolha que se formava na parede da massa corrida já estourando. Era muito bom. No outro dia, o quarto se enchia de pó branco que dava trabalho na hora de limpar.
Outras brincadeiras que eu inventava era andar pela casa com um espelho na mão, e como o telhado era do tipo colonial ainda sem forro e escurecido pelo tempo e também pela fumaça do fogão à lenha, dava uma sensação de medo, como se fosse cair enquanto atravessava os caibros. Sensacional, embora depois sentisse enjoo.  Fazer balanço nas cortinas que separavam a copa da cozinha também era uma brincadeira predileta.  Depois ver o meu avô cortar a lenha. A testa pingando suor. Eta velhinho forte!  E ainda, eu praticamente pelava as roseiras plantadas por minha avó, que para mim era outra rosa, espalhava nos jarros da casa e o interessante é que ela jamais me chamou a atenção.  Parecia querer aproveitar ao máximo o prazer da nossa visita e nos dar muito carinho.
.
Não sei por que a saudade às vezes bate tão forte e passamos a recordar tantas coisas guardadas na memória, como se não quiséssemos que tudo se apagasse.
 Praticando o ato de relembrar, solidificamos os laços familiares, a ternura do encontro entre o passado e o presente que para mim é primordial e salutar.


 Aqui vou recordando até que novamente possa  voltar lá  à Terrinha dos meus avós  e caminhar  pelos caminhos da felicidade vivida.

Felicidade é saber reconhecer o que  faz a si próprio realmente feliz, sem ambicionar a felicidade que nos outros também os faz .


Um excelente domingo à todos.





                                                                  imagens da Internet