Poesia

A Poesia alcança as fadas, encanta a chuva na madrugada, acompanha os ébrios nos dormentes e se mistura à solidão nas calçadas.

17 de dezembro de 2014

LUZES




          Não soube  por quanto tempo  voou sobre  pinheiros alheios, como pássaro sem rumo  buscando algo que ficou  perdido  dentro dos olhos da  menina que um dia foi,   refletidos nas bolas coloridas do Natal,  até  entender  que muitas luzes artificiais ofuscavam o verdadeiro brilho que só encontrou na paz da simples floresta, que  na  noite se acende com a luz da  estrela do Amor Maior que chega.

Lourdinha Vilela


As imagens acima são reais, tiradas pelo artista  japonês Yume Cyan, mostrando trilhas  percorridas por vagalumes.
Daqui:http://thesecret.tv.br/2013/11/ensaio-fotografico-com-vagalumes-em-floresta-japao/




4 de dezembro de 2014

Simplicidade

imagem da internet



  Ela varria, descontraída. Na casa da fazenda quase todos ainda dormiam.  Neste momento passava tanta coisa por sua cabeça...
Sarah tinha agora catorze  anos.  Ali , era o  seu local de trabalho, onde ajudava a mãe nos seus afazeres e eram muito queridas pelos patrões.  Não tinha muito contato com a vida da cidade nem com as meninas de sua idade, a não ser quando ia à escola.  A casa muito grande,  consumia várias horas do seu dia nas tarefas  leves, mas constantes. Mesmo assim era o  lugar onde  costumava construir  seus sonhos, rodeada por muita beleza ,  desde a decoração luxuosa  do interior do casarão aos  jardins externos, tudo   muito  bem cuidado e  como agora, sonhava, varrendo os pedaços de papéis espalhados por todo o piso. Eram também fitinhas encaracoladas como seus cabelos, caixas  e caixas enfeitadas.  Detalhes da festa de aniversário da filha de sua patroa na noite anterior, no melhor clube da cidade.

Se os simples pedaços de papéis dourados, prateados e estampados com flores, já lhe encantavam quanto mais não a encantariam os presentes!

 Praticamente dançava com a vassoura, rodopiando e até cantando. Seria ela a princesa e a vassoura o príncipe?  Logo seu avental se transformou num lindo vestido branco, bem justo  com alças fininhas  e um pouco de brilho. A vassoura vestia um blazer  e tinha olhos de cristal.   A sala com enormes espelhos refletia o casal como um caleidoscópio, multiplicando seus gestos.  Ele (A vassoura), a conduziu para outro salão onde se encontravam inúmeros pacotes de presentes e ela começou a abrir um a um e em seguida dobrá-los numa completa loucura, encantada com tudo.
 - Sarah! Sarah! Ficou louca, ou continua sonhando? Disse Ana sem nada entender à garota.
 – Desculpe Aninha, estava apenas brincando um pouco. Sabe estava imaginando você dançando a valsa com seu pai na sua festa de quinze anos.  Deve ter sido tudo tão bonito! Sarah se desviou com essa    conversa para se desculpar por seus micos. 
-Sim foi muito bonito, e ele estava lá. Disse Ana.
-Quem seu pai?
-Não, o André, lembra que lhe falei?
- Sim disse Sarah. – E vocês dançaram muito? – Muito respondeu Ana. – Mas deixa para lá, depois te conto tudo.

-Ah!, vem aqui por favor.
  Ana virou-se para Sarah intrigada com o que viu antes. – O que você pretende fazer com todos esses papéis que dobrou e essas caixinhas?
Sarah meio desconfiada e sem graça, ria das perguntas. – Bem se você não se importar vou guardar, achei muito bonitas.  As caixinhas vão me servir para alguma coisa. São tão lindas! – Como você pôde jogá-las fora?
 Ana balançou a cabeça como se não acreditasse no que estava ouvindo.
-Olha essa aqui Ana, com esse laço maravilhoso é encantadora não podia desprezá-la assim .Sarah se sentia indignada.
-Você então precisa ver o que   traziam dentro delas, ganhei vários presentes maravilhosos. Disse  Ana. - E por falar nisso, espere um pouco que volto logo.

 E Ana saiu apressada.

Sarah aguardou a amiga imaginando o que poderia ser.
Rapidamente ela voltou com outra caixa na mão. –Toma é para você. Dirigindo-se a Sarah, com um sorriso aberto e feliz.
A garota  logo se deu conta de que era um aparelho Celular.
-Para mim?  –Não, não posso aceitar, o aniversário é seu e além do mais eu não pude te dar ao menos uma bijuteria, como posso aceitar . Disse Sarah ainda  surpresa .
- Olha na verdade eu ganhei mais de cinco desses de diversas marcas, não vai fazer falta alguma, e não se preocupe, pois a pessoa que me presenteou com esse aí,  a essa hora  está voando para bem longe,  e jamais vai saber disso.

 Sarah abraçou a amiga e patroa e em seguida a mesma passou a lhe explicar como usar.
Sarah naturalmente tinha um celular que não usava muito,  mas não como aquele de última geração.  Estava até meio tonta com tantos aplicativos como dizia Ana e tanta tecnologia.
Logo depois de um grande abraço de agradecimento, Sarah despediu-se da amiga que ia para a cidade.
 Sentou-se então no sofá e continuou apertando as teclas do celular testando o que lhe foi ensinado por Ana.
  Logo veio a visão de quando ela  desceu as escadas com a caixa na mão.   Pensou, nos celulares que a amiga ganhou,  pensou nas  próprias expectativas e refletiu:

 - Será que não existem mais caixinhas de música como aquelas com bailarinas?

Lourdinha Vilela.
                                                                                 

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1 de dezembro de 2014

Navegando



Sem rumores são feitos,
 os abalos que estremecem o coração.
 Avançam,  infiltram-se rasgando aos poucos,
 rompendo vasos, até que se derramem em lágrimas.
 Eis  então o rio  e se  afundam os barcos,
 navegantes da ilusão.

Lourdinha Vilela.




26 de novembro de 2014




Vem sonhar
Antes que o ocaso anuncie
o declinar do sol 
e anoiteça nossas vidas.
Podemos ainda espalhar nosso amor
cidade afora.
Nosso riso, preencherá  os espaços
entre nossos braços nas calçadas.
Com os pés descalços
percorreremos    alamedas  e  labirintos
desse chão de palavras  sussurradas. 
Vem sonhar
 Deus abraçou nossa prece
 e fez nosso amor eterno
Como a pureza do Altar.

Lourdinha Vilela


Imagem da Internet.



23 de novembro de 2014

Contramão.

                                                                     Imagem da Internet.

Estava assim oca de palavras
Seca de inspiração
Suas mãos oscilavam no teclado,
buscando o poema no cansaço do pensamento 
que se esquivava,
fugindo, fugindo...
Tentativas em vão.
Quem sabe se cansou dos  lamentos
E não mais se assumia assim, dorida.
Queria uma poesia nova que rompesse
 com o  estagnado passado
 de  guerras íntimas,
 de perdas e vitórias,
onde  floriu acompanhada , a solidão. 
Queria uma poesia que estreasse aplausos
Na contramão das suas próprias histórias.

Lourdinha Vilela.





19 de novembro de 2014

Imagem Paint. Lú.



Há sempre um pouco 
de quase tudo,
em um coração
em que se acredita 
haver quase nada.

Lourdinha Vilela.



10 de novembro de 2014


                                                                      Imagem da Internet.
Você era o carretel 
onde prendi fio a fio
os meus dourados cachinhos
e fomos mundo a fora
tecendo nosso ninho
Pena!!! agulhas oxidam-se....

Lourdinha Vilela.

30 de outubro de 2014


Imagem da Internet.

Já pensei em rasgar sua-minha Bandeira.
 Para que ouvisse minha voz,
gritei nas ruas.
Já que não  sentiu meu coração,
pensei em me anular
mas estarei lá,
Entre os cromossomos 
X e y em questão,
porque é melhor ser sal
E somar para um dos lados.

De que é feito o bem e o mal?

Na luta que continua,
nos meus versos e reversos,
sempre vou te amar

Brasil.

26 de outubro de 2014

Promessas, promessas, enganos e utopias

Há uma promessa.
Um País que pede socorro.
Dois salvadores e seus ideais.
A luta pela vitória.
Mas de quem e como será a vitória?
Uma vitória particular, uma vitória coletiva.
Há tempos um rei chamado Salomão decidiu uma questão:
Eram duas possíveis mães para um só bebê.
A verdadeira abriu mão de sua guarda,
em face de tê-lo dividido, porém sem vida.
Assim está o país, divido ao meio.
Mas buscando um bem comum.
Qual dos dois salvadores seria tão bom o bastante e capaz de abdicar do pretendido cargo em nome do bem estar de todos?
Qual reconheceria no outro as verdadeiras qualidades?
As melhores propostas?
E por que, então, em nome desses ideais não são somadas as forças?
Talvez porque não vejam o País como um filho,
a quem se dedica a própria vida.
Um amor verdadeiro que não se corrompe,
a quem não se subtrai.
Talvez os dois salvadores,
vejam o País apenas como um pai.
E que pai...
O Brasil.

19 de outubro de 2014


Acordei às oito
mas que já eram nove.
Domingo doido!


Oi pessoal, um Bom Domingo pra todos vocês. Aqui ainda estamos enfrentando muito calor, mas mesmo assim o Domingo está lindo e embora torcendo pra que a chuva venha logo  é mais um dia
maravilhoso abençoado pela vontade de Deus.

Um grande abraço.  

3 de outubro de 2014

Vermeer


Enquanto essa mulher do Rijksmuseum
com essa calma e concentração pintadas
continuar a verter, dia após dia
leite da jarra para a taça,
não merecerá o Mundo
o fim do mundo.

Wislawa Szymborsk
 Foi uma escritora polaca.
Poetisa, crítica literária e tradutora, viveu em Cracóvia, onde se formou em Filologia Polaca e Sociologia pela Universidade Jaguellonica. A sua extensa obra, traduzida em 36 línguas, foi caracterizada pela Academia de Estocolmo como «uma poesia que, com precisão irónica, permite que o contexto histórico e biológico se manifeste em fragmentos da realidade humana», tendo sido a poetisa definida, como «o Mozart da poesia»

fonte: Wikipédia.



24 de setembro de 2014

Morada


Moro em um lugar
Talvez a propósito
Pra  mim deixado
De alguém, e,  imagino quem
como legado.
Um lugar não sofisticado
Simples como um prado
Rústica luminária,
 porém,
 com o poder do clarão
que em mim se transforma
 então,
em força e coragem
Se acaso
 minha própria energia,
 se quer consumir.
Um lugar ensinado
Vivido  e vivente,
 assim
 a Deus temente
 E sob o Seu olhar sossegado,
 moro em mim.

Lourdinha Vilela




9 de setembro de 2014


Imagem da Internet

Ando encontrando espaços dentro de mim.
Estão lá guardando coisas, memórias e sonhos,
Uma guerreira encarando frente a frente
traumas adolescentes.
Num campo minado quer explodir agora.
Explosão que feriu. Meu coração escarlate.
-Há bálsamos com grande poder de cura.
Um declinar de sol se despedindo,vibrante porém,
aquecendo ainda. É o meu olhar maduro...-E misturando tudo...
Suspiros em sinfonia, inspirando um norte de essências, 
prelúdio da doce inocência.
- Sou eu vestida de branco na paz da poesia,
Se pareço criança, que eu seja então criança e que me embale os braços das ilusões.
Lourdinha Vilela


Reedição.




30 de agosto de 2014

                                                                           Imagem da Internet.

Sou uma canção
Sem sopro, sem cordas,
 à capela,
quando na Capela a rezar.
Quem me ouvirá
No fundo, profundo,
dos meus sonhos
sonhados em vão!
... Mas os sinos anunciam
a Anunciação.

Lourdinha Vilela



15 de agosto de 2014

Quando estou romântica


É você
 Nas entrelinhas
Oficina dos meus versos
Idas e regressos
Razão de ser
É você
No espaço entre as estrofes
Vazio preenchido
O norte
A sorte
É você
Na rima
Doce e fel
Do sol o nascer.
O mar, a colina
É você
meu céu
meu céu.                                                     




26 de julho de 2014

Volta e meia

                                                                    Imagem da Internet.



Antes não precisava do sonho
o sonho  era real
agora não tenho notícias,
nada traduz esta saudade.
Os pássaros se unem
nos fios de eletricidade.
Há uma força que aproxima na praia
os grãos de areia.                                                                                                                                                                         

Há rajadas de vento,
volta e meia.

                                                                      
Cada vez mais próximo estou
do ponto de partida.
Sigo ao longo da linha férrea.
Ao meu lado, essa distancia.
Não tenho notícias
Os pássaros se unem
Nos fios de eletricidade.

 Ainda posso sonhar.

Lourdinha Vilela


https://www.youtube.com/watch?v=mJFmM2gGhqY

23 de julho de 2014

https://www.youtube.com/watch?v=h1PQxOX1q64

Linda esta música.É uma das que mais gosto do Legião Urbana

Vento no Litoral
Legião Urbana..

De tarde quero descansar,
Chegar até a praia e ver
Se o vento ainda está forte
Vai ser bom subir nas pedras
Sei que faço isso pra esquecer
Eu deixo a onda me acertar
E o vento vai levando tudo embora

Agora está tão longe
Vê, a linha do horizonte me distrai
Dos nossos planos é que tenho mais saudade,
Quando olhávamos juntos na mesma direção

Aonde está você agora
Além de aqui dentro de mim?

Agimos certo sem querer
Foi só o tempo que errou
Vai ser difícil sem você
Porque você está comigo o tempo todo
E quando eu vejo o mar,
Existe algo que diz,
Que a vida continua
E se entregar é uma bobagem

Já que você não está aqui,
O que posso fazer é cuidar de mim
Quero ser feliz ao menos
Lembra que o plano era ficarmos bem?

- Ei, olha só o que eu achei: cavalos-marinhos
Sei que faço isso pra esquecer
Eu deixo a onda me acertar
E o vento vai levando tudo embora

Link: http://www.vagalume.com.br/legiao-urbana/vento-no-litoral.html#ixzz38IALUFZ0

21 de julho de 2014

Ciclos


Imagem da Internet



Chega as doze(horas)
fecha a escola
vem a bola
correr e suar...
Chega a noite
vem o banho
hora chata
a noite ingrata
quer descansar.
Chega os doze
vem os pêlos,
todos os zelos
tempo e
intento
namorar.
Hoje tem filme
corre pra lá.
Vem o beijo
e o ciúme
volta um só.
Geladeira
engordadeira
o sorvete e
a primeira   lágrima
 no sofá.



15 de julho de 2014

MIM-TI?





O que seria de ti
 sem mim...
 O que seria de mim
 sem ti...
Somos um só.
Sempre assim.
Sem você
 dá um nó,
é tão ruim!
Sem mim,
de você
tenho até dó.

Lú Vilela


Imagem da Internet

5 de julho de 2014

Quebra-Cabeça


Ele me ensinou a pescar e a limpar os peixes. Literalmente.
E na pescaria, para o almoço, ele trazia sardinhas e as assava na própria lata.
Dizia que os peixes pescados deveriam permanecer no sal para que ficassem mais saborosos.
Ele me prometia sempre uma bicicleta, porém jamais teve condições de me presentear...
Ele tinha uma Vespa, e carregava toda a família.
Ele tinha um casaco marrom de couro, bem surrado.
Ele tomava o café, como  fosse algo que lhe desse o maior prazer na vida, mesmo assim
 soprava a fumaça, sempre inquieto. Ele tinha olhos verdes que ficavam úmidos nesse
 momento...
 Mais um pouco de café! - Lançava mão à garrafa - Meia xícara apenas e mais fumaça e mais 
sopro e olhos úmidos. 
Uma vez ele me negou um pedido: Era o presente do meu amigo secreto num final de ano.
Sabia ser impossível atender  seus quatro filhos no mesmo pedido. Eu chorei o dia inteiro.
 Não quis assistir aula. Não falei com ele.
Naquele dia ele chorou comigo.  
- Eu já não sabia se ainda chorava por mim ou  por sentir pena dele.
Mais que o presente do amigo, valeu o abraço,  difícil, mas que as vezes acontecia.
Ele não raramente, se fechava como um caracol dentro dos seus pensamentos,
 indecifráveis para o meu entender. -  Eu eu queria tanto entender!
Ele  tinha momentos de largos sorrisos, e gargalhadas. 
Ele tinha momentos de outonos prolongados e cinzas.-  O que doía tanto? - Não soube.
Ele desmontava sua Vespa. Retirava peça por peça e as enumerava. Eu observa quieta ao seu 
 redor, enquanto acariciava meu cachorro.
 Era um daqueles momentos de íntimo outono. Ele não queria ninguém muito perto.
Imagina, se alguma  daquelas peças  se extraviasse e, ou ficasse fora de ordem . Era um quebra-cabeça.
Eu sentia que era. 
Parecia-lhe uma tarefa complicada descobrir  o defeito.
Algum tempo depois ele esboçava um sorriso no canto da boca.
Nesse momento eu poderia  me aproximar um pouco mais.
- Quando tudo estiver  pronto , vamos dar uma volta. - Falava  como quem me
 aprovasse  por não importuná-lo com  minhas inúmeras perguntas. Queria de alguma 
forma me compensar.
E eu só queria vê-lo feliz. 

Lourdinha Vilela 



.



25 de junho de 2014

ÂNCORA

Imagem da Internet


Se eu estivesse imune à saudade, 
não teria este coração pesado,
nem estes olhos molhados
ou estas tantas inverdades
quando invento a felicidade.
Voaria novos horizontes
se meus braços fossem asas,
eu seria um pássaro
e alcançaria
a fonte da esperança.
Meus braços porém
são como âncoras
que permanecem no cais
das minhas lembranças.
Neste mar, 
que não encontrei rumo
e nem rima,
a saudade é que faz refrão
na canção do sempre´
nidificada em meu coração.

 Lú Vilela
Reeditando.



17 de junho de 2014

Busca

Imagem da Internet.

Meu olhar ainda é o mesmo
Que jamais fenece
 Em busca do teu olhar.
Quem sabe o encontre nos prados
onde há relva macia e verde?
Quem sabe, no azul do céu?
Na onda que  rasga as pedras?
Ao menos as cores do seu olhar!
Na esquina de alguma rua,
que pareça ser aquela sua rua
Onde morava o seu olhar.
Meu olhar não se cansa, porém meus passos 
já não sabem por onde andar.
 E se um pássaro me oferecesse suas asas,
ou Aladim aparecesse para mim
 e me estendesse um tapete?
Eu voaria  à sombra de uma nuvem,
e quando chegasse a noite
Ao esbarrar numa estrela
Muitas lágrimas cairiam
 e mergulhariam no mar
a  minha loucura
por te encontrar.


11 de junho de 2014

Manhãs de sol



Nada mais sublime
que deixar-se amanhecer
 em si mesmo!
Aceitar o dia vencendo a noite,
E como folhas e flores que se abrem
ao toque do sol,
 ensolarar-se  e  novamente sonhar... Acordado,
embora finja ser orvalho, a lágrima
no olhar.
A vida é surpreendente em cada manhã,
para que se colham os frutos, as flores...
E tudo se transforme em esperança.

por dias de sol


Imagens Lú



5 de junho de 2014





Com a chegada do Inverno, sutilmente as flores brancas  remetem   neve  ao  meu olhar, louco por paisagens singelas.




Imagens Lú Vilela.



19 de maio de 2014

Meio do Dia.

 .
A vida pode ser um palco!
E o que tenho de certo,
está no pó dos meus sapatos,
mas os caminhos são incertos.
Interpreto o que carrego,
carrego alegorias.
Brilham purpurinas  
ao amanhecer,
ao anoitecer
desvanecem
Resta-me sonhar 
outros sonhos,  
ensaiar mais um dia,
e  humildemente
calçar os sapatos do aprender.

Lourdinha Vilela.


Estarei ausentes por uns dias.Bjs.  Obrigada


                                                                

16 de maio de 2014

Despertar






 Em mim, o som

 Em ti, o silêncio

Em mim, o tom
Em ti, o lamento
Enveredas por vales
de abismos desertos.
Surjo entre ondas
 na orquestra,
do mar dourado
batendo nas pedras.
 Surjo dos sonhos sonhados
pra te despertar,
antes que ouses
à queda.

Lú Vilela







Tradução.                 

En junio si, Vera não pode 
saber como imaginar 
se sobre uma árvore vive tú 
feito de borracha em torno 
Sinta o ar na parte da manhã 
parece incenso, abordaremos 
e você é essa criança 
Perseguindo uma libélula 
Levantando os braços para o céu 
como um símbolo de liberdade 
um direito natural para a humanidade 
sentindo na nossa cara um novo olhar 
instinto que não vamos 
Agora sinto a necessidade 
e gritando e 
É liberdade 
Também em junho é o Natal 
Desejando estará com 
se você me deixar embarcar 
pelas ondas de um vasto mar 
contra aqueles que nos julgar 
sem palavras ou música 
Levantando os braços para o céu 
como um símbolo de liberdade 
o direito de sonhar para a humanidade 
sentindo na nossa cara um novo vento 
uma nova possibilidade 
a exigência de encontrar uma revanche 
gritando e 
Abrázala 
para encontrar 
a única alternativa 
abrázala 
é a liberdade 
a essência e genialidade 
Alzándonos 
abrázala 
é a liberdade 
a essência e genialidade 
adotá-la para encontrar 
a única alternativa 
apenas a liberdade

12 de maio de 2014

Ostra.

Imagem da Internet.

Só você mãe

Que jeito de ostra tem
Suave molusco-músculo
O teu coração quando vem
E abre-se ao lodo que rejeitas
que te enodoa,
porém...
sem rancor
da dor que recebes
E que te magoa
surgem pérolas
de amor.
Oh! Mãe,
Que a seus filhos perdoa
Não viestes ao mar deste mundo
à toa.


Lourdinha Vilela

9 de maio de 2014



Desejo  à todas as mães, um dia muito feliz, neste dia especial que tem o nome de cada uma delas.

Um grande abraço.

7 de maio de 2014

Mãe e pai



Por amor sou eu, de um ventre nascida.
Por amor sou eu, pois
 a cara do pai
e o jeito da mãe, esculpida
E o que me faltava
era a presença do pai
que  se foi,
cedo demais.

No tempo das longas distancias
por mim percorrida,
até alcançar os sonhos
da estrada escolhida,
minha mãe,
  foi um pai
 mas  não deixou de ser mãe.
Minha mãe!
que em seu regaço traz,
o pai e a mãe que me completam a vida
.
Minha mãe, minha paz!

Lourdinha Vilela


5 de maio de 2014

Lamento...


                                                   
                                                                     

No farol ofereci arte
Joguei meu sorriso,
Estendi-lhe a mão.
Você baixou o olhar,
 Atirou-me moedas,
E ali fiquei no chão.

No supermercado
Conduzi seu carrinho,
Joguei meu sorriso,
Estendi-lhe a mão.
Você baixou o olhar,
Atirou-me moedas,
E ali fiquei no chão.

No estacionamento
Lavei seu carro,
Joguei meu sorriso,
Estendi-lhe a mão.
Você baixou o olhar,
Atirou-me moedas,
E ali fiquei no chão.

Na tarde cinzenta,
Presa às ferragens,
Seu olhar me olhou,
Joguei meu sorriso,
Estendi-lhe...

E ali ficou no chão.
.
por Lourdinha Vilela

4 de maio de 2014

Viajando no passado





As férias são sempre mágicas, mais ainda na infância, onde não estava (naquela época dos anos 60), cercada de medos e traumas que poluem os pequenos de hoje.  Que eu me recorde, o lugar para onde viajava era quase sempre a casa da minha avó, em Minas Gerais. Para mim não existia lugar melhor, embora não tivesse acesso aos outros lugares maravilhosos; era a casa de avós, e todos sabemos como é bom.

Na estrada eu conferia tudo, cada morro, nuvem, rio, ponte, placas, pássaros, gado, etc., claro ainda não existia o celular,  que nos conecta ao mundo, mas que nos deixa em posição de oração, com o pescoço dobrado,cabeça baixa e assim chegamos à várias distâncias, mas perdemos o foco do que nos rodeia,  no caso, da paisagem soberba cortadas pelas estradas, dos assuntos gostosos,descontraídos, das músicas que cantamos embalados pelo movimento do carro, das piadas que nos fazem sorrir, e desligar um pouco.

Quando chegávamos, eu meus pais e irmãos era aquela festa, uma mesa gostosa com tudo que criança gosta. Bolo de fubá, pudim, pão de queijo quentinho, suco natural de frutas colhidas lá no pomar do meu avô, brevidade, o cheirinho do papel que envolvia os biscoitos por dentro da lata ou da caixa, o  leitinho,  pão de mel. - De dar água na boca. 

A gente nem se cansava, tomava banho por que era obrigado, mas queria mesmo correr para as árvores, subir nas mangueiras carregadas, ser o primeiro a matar saudade do balanço que ficava ali pendurado, só esperando  pela nossa chegada.- Meu avô nestas alturas já havia conferido as cordas para não arriscar uma queda.

Depois era aquele almoço, toalha branquinha, galinha caipira, couve, angú de fubá, feijão preto, arroz soltinho, jiló que eu não gostava e que agora adoro e bolinho de arroz ou mandioca. Tudo tão simples, e hoje sei por que não me esqueço daqueles sabores, tudo vinha carregado de carinho, alegria e paz.
Depois do jantar, batia um sono, dormíamos cedo, enquanto os adultos, ainda recebendo visitas dos tios, primos, parentes em geral, tomavam café e chá.
Antes de pegar no sono, os pensamentos buscavam as lembranças do dia, das brincadeiras, e da promessa feita de, no dia seguinte, pegar o ônibus passear pela cidade, e visitar outros parentes. Daí talvez sem nem perceber eu acabava de arrancar com as mãos toda bolha que se formava na parede da massa corrida já estourando. Era muito bom. No outro dia, o quarto se enchia de pó branco que dava trabalho na hora de limpar.
Outras brincadeiras que eu inventava era andar pela casa com um espelho na mão, e como o telhado era do tipo colonial ainda sem forro e escurecido pelo tempo e também pela fumaça do fogão à lenha, dava uma sensação de medo, como se fosse cair enquanto atravessava os caibros. Sensacional, embora depois sentisse enjoo.  Fazer balanço nas cortinas que separavam a copa da cozinha também era uma brincadeira predileta.  Depois ver o meu avô cortar a lenha. A testa pingando suor. Eta velhinho forte!  E ainda, eu praticamente pelava as roseiras plantadas por minha avó, que para mim era outra rosa, espalhava nos jarros da casa e o interessante é que ela jamais me chamou a atenção.  Parecia querer aproveitar ao máximo o prazer da nossa visita e nos dar muito carinho.
.
Não sei por que a saudade às vezes bate tão forte e passamos a recordar tantas coisas guardadas na memória, como se não quiséssemos que tudo se apagasse.
 Praticando o ato de relembrar, solidificamos os laços familiares, a ternura do encontro entre o passado e o presente que para mim é primordial e salutar.


 Aqui vou recordando até que novamente possa  voltar lá  à Terrinha dos meus avós  e caminhar  pelos caminhos da felicidade vivida.

Felicidade é saber reconhecer o que  faz a si próprio realmente feliz, sem ambicionar a felicidade que nos outros também os faz .


Um excelente domingo à todos.





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