Poesia

A Poesia alcança as fadas, encanta a chuva na madrugada, acompanha os ébrios nos dormentes e se mistura à solidão nas calçadas.

20 de julho de 2013

Aos amigos




Um pouco de céu
Um pouco de mar
Um milhão de estrelas pra contar.
Queria um poema pra festejar
Com muitos amigos estar.
Poderia no papel o céu  pintar,
Na poça da chuva  criar um mar,
E as estrelas no meu colar,
O poema estou a citar
Mas amigos ?
Ah! Amigos não posso inventar!


Lú Vilela

Ter amigos verdadeiros,
é ter uma corrente 
do mais fino ouro
e em cada elo
ter a certeza
de não estar só.

Feliz dia do Amigo  
E a certeza da minha gratidão.

18 de julho de 2013

MATURIDADE






Quando criança gostava de contornar as sombras  das árvores
Criadas à  partir  dos reflexos do sol e, ou da lua
Com uma varinha traçava seus galhos,dentro das  sombras
E   desenhava pássaros e frutos.
Chegou o vento
Pássaros arrojaram  voos
Os frutos agora maduros ,caíram, caíram.
Mas ficaram as sementes. 

Lourdinha Vilela

imagem do google.

14 de julho de 2013

Sábias formigas



        Duas formiguinhas faziam o seu trajeto sorridentes, enquanto filosofavam sobre à própria vida.
E uma disse à outra: - Ei amiga, esta  é a última viajem de hoje, logo vai escurecer.
-                              - Verdade, hoje o dia foi muito proveitoso, não tivemos chuva, e deu para trazer bastante alimento, o celeiro está cheio de coisas gostosas, mas confesso, estou um pouco cansada.
                                - Bem amanhã poderemos descansar um pouco, Ufa!!!
                             
           Neste instante avistaram um par de botas bem sujas, uma ao lado da outra, e levantando o olhar observaram que acima da bota, haviam duas meias, e duas pernas. Claro não tinham dúvidas, era um homem sentado no banco. Mas que tristeza! A cabeça muito baixa, dizia tudo sobre o seu estado. Aos poucos gotinhas caíram sobre elas, e uma delas falou;
                                - Corra amiga, que vem chuva. E correram para debaixo do banco.Mas as gotinhas vinham aos poucos, uma a uma.
                                 - Não é chuva não, disse a mais experiente delas. Ele está chorando.

                                                                                 

                                 - E está dizendo coisas.disse a outra; Vamos subir no banco para escutar?
                                 - Vamos sim que sabe poderemos consolá-lo.
        E o homem se lamentava aos prantos, pedindo à Deus que o levasse, para junto Dele que não aguentava mais o peso de sua vida, que carregar tantos problemas estava demais para ele. e queria morrer para fugir de tudo.
                                  -Pobre homem! Exclamaram as duas como se fizessem um coral de vozes bem fininhas, como  que tentando sentir a mesma dor.
                                  - Não consigo entender o ser humano. disse uma, agora agarrada à calça do pobre, como  se a abraçasse. Deus nos deu este corpo tão pequeno e mesmo assim conseguimos carregar cem vezes mais que o nosso próprio peso. Deus nos mantém vivas, trabalhando para cumprir nossas tarefas. Construímos túneis, procuramos alimentos, cuidamos da segurança de nossas casas e muitas outras lutas..
                                  - Deus pensou em tudo. disse a outra.Se ele cuida tão bem de nós, é claro que deve cuidar melhor dele que é humano.Veja aquela macieira, está carregada de frutos, veja este céu dourado, veja,quanta plantação, fartura, e o riacho, está cheio de peixes.
                                                                               

 Ele tem duas pernas grandes, dois braços fortes,  e ainda tem os monstros para ajudá-lo a colher. A outra deu uma risadinha irônica sabendo  dos tratores e das colheitadeiras que elas tanto temiam."Os monstros"
                                  -Será que ele quer morrer mesmo, ou não sabe agradecer à tantas riquezas que possui e fica se lamentando por alguns probleminhas corriqueiros?.
                                  -Vamos tentar ajudá-lo, quem sabe conseguimos fazê-lo despertar para a vida,  e assim saberemos se ele quer realmente morrer.
     
       Desceram rapidamente do banco, entraram cada uma pela boca da calça do homem chorão, e tascaram-lhe uma picada daquelas de doer até o cérebro.O homem saiu correndo, xingando grandes palavrões, sacudindo as calças, pedindo ajuda, imaginando ser um escorpião, ou até uma  cobra.
                                    ... E foi cuidar de suas feridas.

       As duas caíram da perna, meio amaçadas, mas rolaram no chão, de tanto rir ,e uma disse à outra.
                                   - É esse aí que queria morrer?
                                   - Mal aguentou  a dor provocada por duas formigas.


Lourdinha Vilela



As imagens foram retiradas do google.


  


                                           






                                                                                                 



                               

8 de julho de 2013

Café da manhã





Nessa manhã,
Olhando para o céu
Espero...
Hoje a névoa é densa
 Gotículas sobre folhas
Cristais liquefeitos
Embaçando a visão.



A lua distante, projetando-se ainda
Entre flocos de algodão
 É o meu primeiro presente
E ao céu minha serena gratidão.




A névoa agora se desfaz aos poucos
Com a força
Que insiste em ser
Mais uma linda manhã de sol.



Permaneço gelada no peitoril da janela            
Aquecida apenas pela sensação ardil
Do meu olhar invasor de paisagens tão belas,
 Espero...
Bola de fogo, gato manhoso, eis que surge o sol
Bem de mansinho, fazendo nascer colorido o dia
É o amarelo da manteiga no pão
O alaranjado no suco de mamão
Os riscos negros das folhagens na contraluz
Lembram-me o café...
O café da manhã no campo, que mais me seduz.

 Fotografia. Lú Vilela


1 de julho de 2013

Saudade.

                                                                           

Quem é você agora;
Pássaro, rompendo a madrugada
à procura do alimento matinal.
Por tantos caminhos tens vagado,
e a tua essência, é ainda, a mesma
do ponto de partida!
A sede que te consome,
Não será saciada por fonte alguma
que não possua o néctar das tuas lembranças,
fruto da tua saudade.