Hoje acordei
com saudade dos meus irmãos.
Irmãos que partilham do convívio diário
na infância, quando se tornam adultos, separam-se e muitas vezes só se
encontram em datas especiais. Mudam de cidade, estado e até de país em busca
de seus ideais e de sobrevivência.
Adquirem outros hábitos, e até mesmo um novo idioma. Alguns permanecem
ao lado dos pais. Me recordo de muitas brincadeiras entre eu e meus irmãos. De
um quintal grande, árvores, flores e frutos. Das festas na adolescência, dos
primeiros casamentos, dos primeiros sobrinhos. De todas as despedias e
chegadas.
Tudo é tão cristalino na memória. E hoje
vendo esta paisagem pensei: Irmãos são
mesmo assim, como esta cerca. Seus mourões se distanciam entre si, mas há uma
ligação. É o arame ou a própria madeira, ligando um mourão ao
outro e há um veio de amor ligando irmãos. Mesmo que distantes, estão sempre conectados,e de braços abertos para abraçar e serem abraçados.
Com o passar dos anos a madeira das cercas aos poucos se
deteriora pela ação do tempo. Também alguns dos irmãos, podem sofrer tropeços, outros vão ficando mais velhos,o que é natural, enquanto os mais jovens permanecem firmes e fortes, sustentando a união.
Mesmo que
haja intrigas, desgastes, interesses e outros problemas tão comuns em família,
irmãos são para sempre irmãos. Lado a lado,uma cerca viva, de mourão em mourão sempre se dando as mãos.
Lú Vilela
Imagem retirada do Google.