Poesia

A Poesia alcança as fadas, encanta a chuva na madrugada, acompanha os ébrios nos dormentes e se mistura à solidão nas calçadas.

15 de dezembro de 2013

Nas Ruas.


Vou fechar os meus olhos,
se por eles já fechei minhas mãos,
se por eles não falei aos políticos,
se por eles não gritei aos céus
se apenas deixei que passassem
e cuidei para que não me incomodassem.
Vou fechar os meus olhos,
pois só agora compreendi,
que em cada um deles, 
Tu estavas,
que por cada um deles
Tu gritavas
que aos céus, 
Tu os levavas
Que em trapos eras Tu
que assim Te  vestias
e passavas por onde eu bebia e comia
do pão que Tu me davas 
e eu não entendia
Vou fechar os meus olhos
e em oração vou Te pedir 
Perdão.

Lourdinha Vilela- reeditando 



Que neste Natal, além da troca dos presentes, possamos olhar em volta e  sentir  a realidade "presente".






11 de dezembro de 2013

Presente? Passado.




Ele chegava  apressado e  anunciava: - Vamos viajar. Sem programar, sem nada.
Era sempre dezembro, a árvore mais uma vez ficaria sozinha, com suas bolas coloridas que no momento refletiam a euforia e a alegria. Os olhares dos menores nas vermelhas fixadas na base, o meu olhar nos duendes silenciosos que pareciam querer adivinhar meus pensamentos e um pouco mais acima nas bolas douradas, o caminhar sereno e cansado de minha mãe. Fazer as malas, de uma hora pra outra...
Eu me esforçava em colaborar enquanto pensava na odisseia em detrimento dos presentes que com certeza não receberíamos.  O custo da viagem seria alto. – Mas isto não importava.
Que maravilha era viajar nos meus tempos de pré-adolescente em busca do Natal em outras paisagens. O verde das árvores naturais, os morros que não desabavam, a chuva que cintilava no vidro do carro. Tudo tão mágico, e a canção que ele, meu pai, adorava, “Fille Du Vent”, e então eu soltava os meus cabelos e os deixava voar para fora em quanto cantarolava junto com o rádio, arriscando um francês  inventado.
- E não é que dava certo!

Na casa dos meus avós, outra árvore com suas bolas coloridas, iriam refletir novos olhares e rostinhos recém chegados, carregados de sentimentos e felicidades Natalinas.
Lú Vilela.

File Du Vent Et Du Soleil




4 de dezembro de 2013

Dia de me encontrar.


Sou parte desses dias
de poucas alegrias
ou de alegrias contidas
brincando de ser feliz,
na felicidade que se veste de aparência
ou vive de aparência
na corrida incerta
de me encontrar
Serei então
 fácil de achar
se acaso numa Certa Praia,
o meu barco eu deixar

Lourdinha Vilela.