Poesia

A Poesia alcança as fadas, encanta a chuva na madrugada, acompanha os ébrios nos dormentes e se mistura à solidão nas calçadas.

31 de dezembro de 2012


                                                                             Desconheço  o autor



Os ventos que às vezes tiram algo que amamos,
são os mesmos que nos trazem algo que aprendemos a amar...
Por isso não devemos chorar pelo que nos foi tirado e sim,
aprender a amar o que nos foi dado. Pois tudo aquilo que é
realmente nosso, nunca se vai para sempre...

Imagem Lú Vilela


30 de dezembro de 2012

Açucarado Beija-flor



-Olha um passarinho ali no varal!
-Não é não
-É um beija –flor.
-Beija-flor também é um pássaro.
-Mas ele não voa?
-Voa sim
-Por que está parado então
-Não sei, deve estar doente,
ou é um filhote.
-Mas ele é bem grandinho
-Filhote,não é não.
Parece estar anestesiado.
E lá no cantinho se via,
um lindo bebedouro dourado,
com  flores branquinhas
e uns  furinhos de lado.
Flores de plástico
 hastes  em metal.
 e o cheiro  do mel,
atraíram a avezinha
que resolveu  morar
 no quintal de sabor açucarado
 um pedacinho do céu.

Lú Vilela

fotografia. Lú Vilela







27 de dezembro de 2012

20 de dezembro de 2012

Amor de verão




Tu vens como a onda
E se entrega
 à praia do meu amor
a  tua espera.
Dispersas-se
 desapareces  em segundos
E o teu beijo molhado deixa
 a certeza
de que em breve voltarás.

Lú Vilela.

19 de dezembro de 2012

Árvore-Mãe


O sol clareava com grande intensidade àquele dia.
 Brasília, céu aberto,
 quase zero de  poluição
 a não ser  pela poeira fininha,
imenso canteiro de obras
para a sua construção.
E aqui chegamos nós
Eu, meus pais,
meus irmãos.
Tempos de luta!
 Para nós, reconstrução.
Vindos do Rio de Janeiro,
para erguer uma cidade,
instalados em casa de madeira,
fomos chamados pioneiros.

 Pelo cerrado cercados
Fauna, flora, céu e chão.
Beleza exuberante
conquistando desde menina,
o meu poético coração.

 Recordo-me agora
O nosso primeiro natal
nesta cidade-semente de flor
flor nascente.
 Cidade Céu.
Não havia lojas, mercados,
grandes comércios,
Ou nada que saciasse
o meu sonho deslumbrante .
 Para uma pequena menina
O natal é algo encantado,
Aquele dos sonhos sonhantes

Então...
Minha mãe
lançando mãos
de sua providência materna
trouxe- nos  um pequeno arbusto
Com dezenas de galhos secos
tamanhos variados,
confesso que  nos deixou a todos
um pouco assustados.
Trouxe areia, água, cimento .
Dentro de um vaso ,
sob nossos olhos atentos,
 o galho foi colocado.

 Agora, um pacote de algodão,
 nas suas mãos
se rasgava
E o pequeno galho
aos poucos se transformava.
Ficou todo branquinho,
 e tudo  encantava.
Depois alguns enfeites
 que vieram de outro Natal.
Faltou o pisca-pisca
mas tínhamos dos vaga-lumes
A luz natural
Ficou linda nossa árvore,
com uma estrela no topo
tão diferente 
mas, pela nossa emoção,
 tão igual...
E minha mãe explicou:
-O algodão é para representar a neve
que cai em outros países,
e em alguns lugares do Brasil também.
- Quero conhecer estes lugares
E ela  falou:
-Peça ao Papai-Noel
E eu pedi, pedi...
será que ele vem?
Pedindo ainda estou
mas até hoje,
 o Papai Noel
Não chegou.

 Não vi outros países
sequer os estados aqui no Sul
nem sempre a gente consegue
tudo aquilo que a  gente pede.

Porém
Melhor, que todos os presentes,
é estar com minha mãe nos Natais.
É ver enfeitando seu rosto
os seu cabelo branquinho
como floco de neve
que em outros sonhos também cai.

Lú Vilela.

imgem da Internet.



Desejo à todos os meus amigos e amigas  um verdadeiro Natal, repleto de amor, paz. 

Feliz Natal. 












15 de dezembro de 2012

Ressaca



 Expectativas para o Natal
e o Ano Novo também
acelerando corações
para o milagre que vem.
Exagerando sempre na dose
Correria e consumo
para  saciar a ansiedade
os desejos apontam os rumos.
E como num passe de mágica
chega até nós,
a cura de todos os males
No pavê de chocolate,
O rejuvenescimento da pele
na mousse de maracujá,
limão ou abacate.
A volta de um grande amor
em várias  taças de vinho.
E se o amor não voltar?
Sozinhos não vamos ficar
Se até uva-passa
A solidão passará.
É final de ano, É ano Novo Também!
E se o nosso cartão de crédito
virou Papa Noel
caso  a gente  não pague
 As contas irão para o céu
Tudo é festa, tudo é brilho,
Tudo ilusão
A sensação de vencer obstáculos
de somar esperanças
Faz de nós
 ao menos nessas datas
pequenas grandes  crianças.
Porém,  se o sonho
  voou como um passarinho,
 e a realidade fere
como um feroz animal
esperamos mais um pouquinho,
 logo será carnaval..

Se ao final de tudo
Engordarmos muito
E isto acabar
 com a nossa  vã alegria
só nos restará
Correr na academia.



Muitas vezes esquecemos o Aniversariante.

Lú Vilela

.


Imagens da Internet..




10 de dezembro de 2012

PRECE


Minha prece
Pequenina flor
Que cresce
Chuva de pétala-lágrima
que o coração aquece
voltado ao céu
  a tudo em Ti
Agradece,
 primaveras , verões
outonos e invernos
pois em tudo
 o Teu amor
floresce.

Lú Vilela


As imagens foram retiradas da Internet


3 de dezembro de 2012

ÂNCORA



Se eu estivesse imune à saudade,
não teria este coração pesado,
 nem estes olhos molhados
  ou estas tantas inverdades
quando invento a felicidade.
 Voaria  novos horizontes,
 se meus braços fossem asas,
 eu seria um pássaro
e alcançaria
 a fonte da esperança.
Meus braços porém
são como âncoras
que permanecem  no cais
 das minhas lembranças.
 Neste mar,
que não  encontrei rumo
e nem rima,
 a saudade
 é que faz refrão,
na canção do sempre,
Nidificada em meu coração

Lú Vilela

Imagem da Internet









2 de dezembro de 2012

Adeus

                                                                               
      Teu olhar ficou preso na minha alma

Como palavra na garganta.

Volto várias vezes ao lugar

 da tua partida.

Aqui dentro de mim,

Posso sentir  novamente
     
 o teu olhar, sumindo, doce e triste
                                                                       
Na curva daquele adeus.

Por: Lú Vilela

imagem da internet. 

27 de novembro de 2012

POEMA AO ACASO



Imagino ao acaso
um poema.


São tantas cenas...
Pessoas na rua.
Nosso bom dia,
nosso descaso.
Tantos detalhes,
tudo influindo
 positivamente ou não.
Olhares,
 sorrisos.

Hoje aqui estou,
encostada ao pé de amoras
de dentro do meu quintal,
olhando a  mesma rua
hora vestida de gente,
hora nua.

Vejo um menino
batendo de porta em porta.
Mendigando estava,
porém, ninguém o recebeu.
Sentou-se na calçada
E seu olhar entristeceu.
Vejo um velho, quase sem os seus cabelos
 buscando um pouco de sol.
Um rapaz lavando  seu carro
-táxi.
Uma flor,
Dente - de –Leão
.
Janelas velhas, janelas novas.

Meu olhar e a poesia
 rua afora.
Mas é dia,
busco concentração.
Faço e desfaço versos.
Desisto então.

Cai a noite.
Ela,
é como um canteiro.
se acaso quero
um poema  criar,
e chega bem escura
é hora de semear.
Quando todos dormem
pareço despertar.
Vem a lembrança...
O rapaz do táxi,
poderia estar
recebendo um telefonema,
alguém pedindo urgência,
alguém precisando,
seu táxi usar,
e uma barriga imensa,
querendo se esvaziar.
O moço deixou seu trabalho,
para outro trabalho enfrentar
metade do carro,
ainda  por lavar.
Metade limpo, metade sujo,
assim como  no parto se fazia,
metade alegria
metade dor
E por causa da correria,
a mangueira ligada ficou.
Para o menino pedinte;
A festinha!
Ladeira abaixo, a água descia.
graminhas entre os meios-fios,
com toda certeza ,
agradeciam.
E o menino sapateando o sol
que a água refletia.

Uma rajada de vento,
 levou a flor...
Centenas de pétalas minúsculas
para a cabeça do avô,
que nem sequer percebeu ,
que mais fios ganhou.

E eu encostada à árvore,
por acaso a me encantar...

 A noite escura

agora,

começava

a clarear

por :Lourdinha Vilela


26 de novembro de 2012

MAR


Quando pela primeira vez
Meu  olhar viu o mar
Era um olhar de criança
Apenas quis pular
Nas suas ondas brincar
E me encantar.
Quando pela segunda vez
Meu olhar viu o mar
 Misturou-se a criança
E a mulher agora feita
Brumas dentro de mim
Espuma na areia
Que eu quis tocar
Que eu quis apenas chorar.
lourdinha Vilela

Imagem retirada da Internet
Imagens do Google

23 de novembro de 2012

CIÚME




Por que amamos assim
De onde surgem os amores
De recantos escondidos
À sombra dos nossos desejos,
Ou da fúria insensata
De querer ser o dono de alguém.
Entendias de mim feita para  ti
E eu de ti entendia, feito para mim,
E agora divididos
Na solidão que nos sonda
 Metade sol
metade  sombra.
Por que amar tem que ser assim
Possessivo e  atroz
Ou o ciúme feito  um espantalho 
nos separou de nós

Lú Vilela

Imagem retirada da Internet 

18 de novembro de 2012

DATAS




Novembro: com expectativas
Dezembro:a apoteose
Janeiro: o  bota-fora
   É com isto 
que sonhamos nós
pobres mortais
ansiosos por momentos
Para assim vivermos
outros carnavais.

Lourdinha Vilela

Imagem da Internet.

17 de novembro de 2012

Glacê Real-mente Feliz


HOJE ME BATEU UMA SAUDADE...




Glacê Real
Que delicia!
Tem coisas que a gente não esquece jamais.

Minha tia era uma verdadeira artista. Na arte de confeitar. Fazia coisas fantásticas.
Sempre que tinha alguém aniversariando na família ela acordava bem cedinho, com seus trecos  de confeitaria e a sua cozinha se transformava  num paraíso para   nós crianças( seus sobrinhos).
Que doçura ficava a  cozinha!
Eu  olhava  emocionada e com água na boca,  aquelas mãos de fada, transformando açúcar, clara de ovo e limão, em  castelos, campo de futebol,gaiolas de passarinho, chapéus etc., enfim todo e qualquer tema que se imaginasse. Se não fosse confeiteira, com certeza seria arquiteta, tamanha a sua habilidade e criatividade.

Tudo misturado e colorido com anilina, ia dando o tom encantado no verde das folhinhas, no rosa das delicadas rosinhas entre o arabesco, contornando todo o bolo, como se fosse uma pintura  texturizada. Suas mãos já envelhecidas deslizavam com tanta firmeza, como se não exigisse esforço algum o seu trabalho.

 Recordo -me de um lindo bolo que ela fez para o meu aniversário. – Um chapéu. Eram Dois bolos redondos, um maior que ficava na base, para ser a aba e outro menor acima, tudo isto confeitado delicadamente, para depois receber um cacho de hortênsias na parte frontal e um laço de fitas. Super lindo.  Eu adorei, (romântica que sou).
Bom mesmo era poder raspar as sobrinhas da vasilha na qual preparava o glacê. Melhor ainda no o dia seguinte à festa, chegar do colégio e lembrar que teria bolo na geladeira, e todo aquele açucarado prazer de saboreá-lo escolhendo flor, e pedaços que se desprendiam da massa do bolo.  Claro que naqueles tempos a gente nem ouvia falar em diabetes, colesterol, desidratação, e outros “desmancha prazeres “que hoje povoam as mentes até mesmos das crianças. Era só alegria, e mesmo assim  não temos nenhum obeso na família.
Podíamos saborear de tudo sem culpa. Bolos, brigadeiros, salgadinhos, tortinhas, sorvetes balas de coco, e muitas outras delícias. Os refrigerantes tinham um sabor especial.  Talvez por serem mais consumidos apenas em épocas festivas.

Quanta saudade!
Apesar de apreciar todo este trabalho, nunca me senti motivada a aprender, não tinha jeito pra coisa. Outro dia encontrei a receita do glacê Real na Internet e resolvi fazer.  Chamei minha neta para tentarmos juntas. Que desastre! Bagunçamos toda a cozinha, sem contar o cheiro de ovo que deu um trabalhão pra tirar.

E o bolo ficou assim. Confeitado por nós.(Mais por ela) eu deixei para que ela pegasse gosto. 

Podem rir a vontade, ficou horrível, mas delicioso!

                                                                              



Bem mas valeu, nos divertimos muito e trocamos muitos "desconhecimentos"  e  acabamos em risadas, pois "ser feliz é tudo o que se quer".

O glacê Real não é muito usado hoje nas festas, mas para quem gostar vai a seguir, a receita. Eu adoro sentir o açúcar derretendo na boca 

Uma unidade de clara de ovo para cada 250gramas de açúcar de confeiteiro
uma colher(SOPA)  de suco limão

Preparo:. 
Bata a clara e vá acrescentando açúcar aos poucos
Junte o suco de limão e vá batendo um pouco mais.
O ponto é quando não cair da colher.
Pode ser tingido com anilina e serve para cobertura
de bolos e biscoitos.
Bjs. 


Todo o encanto desta vida  está em coisas pequenas
viver é a arte  de  querer ser feliz
Se a agente  quer , vale a pena
a felicidade está bem perto do nosso nariz.

Está na flor que colhemos 
 e entregamos a alguém
Está na tristeza  que vencemos
quando  praticamos o bem

Está no sol que se apresenta
todos os dias e nos aquece 
está em  esquecer as ofensas, 
as angustias que o próprio viver oferece

Está em cultivar a criança
que habita sempre em nós
cultivar a fé, a esperança
e assim jamais nos sentirmos sós

Viver é sentir e ter a certeza
de ser  amados por Deus.
Não há maior beleza 
que supere esta grandeza, em todos os dias teus.

Lourdinha Vilela.


A primeira imagem  do bolo foi retirada da Internet.

Imagens do Google-
não encontrei o autor.


.









14 de novembro de 2012

LAMENTO










No farol ofereci arte
Joguei meu sorriso,
Estendi-lhe a mão.
Você baixou o olhar,
 Atirou-me moedas,
E ali fiquei no chão.

No supermercado
Conduzi seu carrinho,
Joguei meu sorriso,
Estendi-lhe a mão.
Você baixou o olhar,
Atirou-me moedas,
E ali fiquei no chão.

No estacionamento
Lavei seu carro,
Joguei meu sorriso,
Estendi-lhe a mão.
Você baixou o olhar,
Atirou-me moedas,
E ali fiquei no chão.

Na tarde cinzenta,
Presa às ferragens,
Seu olhar me olhou,
Joguei meu sorriso,
Estendi-lhe...

E ali ficou no chão.
.
por Lourdinha Vilela


----------------------------------------------SENSORIAL------------------



AGORA 
 AMANHECEU,
POSSO VER !
 O MILAGRE, ACONTECEU.
A NOITE DESMANCHOU-SE
RECOLHERAM-SE OS FANTASMAS.
AGORA,
SÃO AS BUZINAS E AS VOZES DE CRIANÇAS
SÃO OS TONS DOURADOS DO SOL
 SOBRE O VERDE  ORVALHADO
QUE COBREM OS MEUS PÉS  DESCALÇOS.
SENSORIAL VERTIGEM.
 NADA MAIS ME ATINGE
APENAS ESTA ALEGRIA
QUE TRANSBORDA E SINGE
AQUELA QUE ANTES,
 ERA EU
A SÓS.
A ALEGRIA
QUE GIRA EM TORNO DAS FLORES,
PRESENTE DA TUA CHEGADA.
E AGORA,
MESMO QUE, SÓ POR AGORA, SER
NOVAMENTE 
NÓS


Lourdinha Vilela

Imagem da Internet.





13 de novembro de 2012


QUASE CLARA, QUASE GEMA
POR TANTA BELEZA  GEMA!
A NATUREZA FEZ TROCAR
APENAS

Lourdinha Vilela 

Imagem: Lu Vilela