Poesia

A Poesia alcança as fadas, encanta a chuva na madrugada, acompanha os ébrios nos dormentes e se mistura à solidão nas calçadas.

30 de junho de 2011

SÂNDALO



 Parecia sândalo. O perfume invadiu o corredor de paredes claras, desceu as escadas.  Como que puxado por um imã, ele o seguia.  O silêncio se rompia pelo barulho de saltos cada vez mais próximo. Alcançou outro lance, tremia ao imaginar a provável presença do que o atraíra.  A expectativa formidável de desvendar o mistério criado por si próprio. Caça e caçador.  Apressou-se, queria saber, olhar, sentir mais de perto.  Agora já no saguão do prédio, muita gente se cruzando.  Algumas pessoas aguardavam em frente aos balcões, um frenético ruído de vozes, pessoas visivelmente apressadas como o de costume.  Outros perfumes se misturando no ar, mas aquele que lhe fez vibrar de curiosidade era inconfundível - Madeira - mantendo ainda suas “notas do coração”.  Num relance, seu olhar avistou a silhueta definida de uma jovem mulher saindo apressada pela porta principal do edifício.  Só poderia ser ela.  Correu até lá.  Rapidamente ela ganhou a rua e atravessou a avenida de mão dupla marginada por arbustos floridos.  Ainda na portaria ele observava um pouco decepcionado, quando a viu entrar em um carro e partir.  Com a cabeça baixa, pode perceber um papelzinho dobrado, jogado no chão. Mil idéias vieram em seu socorro - Seria um número de telefone, um endereço - talvez ela o quisesse atrair propositadamente ou quem sabe estaria ele ficando louco. Viajou no passado triste de muita saudade ao mesmo tempo tão presente agora visto a inquietude do seu coração. Caminhou um pouco, o sol infiltrando-se entre as árvores embaçou seus olhos enquanto abria o papel quase rasgando. Seu único desejo era que nele encontrasse alguma pista.  O delicado papel porem estava em branco, apenas impregnado do perfume que lhe arrebatou a alma.

 Lourdinha Vilela.

28 de junho de 2011

Escreve. Seja uma carta, um diário ou umas notas enquanto falas ao telefone, mas escreve. Procura desnudar a tua alma por escrito, ainda que ninguém leia; ou, o que é pior, que alguém acabe lendo o que não querias. O simples acto de escrever ajuda-nos a organizar o pensamento e a ver com mais clareza o que nos rodeia. Um papel e uma caneta fazem milagres, curam dores, consolidam sonhos, levam e trazem a esperança perdida. As palavras têm poder. 

Paulo Coelho
Pintura : Autor desconhecido.

27 de junho de 2011

Se...

Se brigarmos
Somos como as rosas
Mostrando espinhos
Se assim chorarmos
Somos rios
Correnteza de lágrimas
Estamos sozinhos
Se fizermos as pazes
Somos passarinhos
Entoando  cantos ao amor
Em nosso ninho

25 de junho de 2011

0 MAR

Quando pela primeira vez
Meu  olhar viu o mar
Era um olhar de criança
A me encantar
Apenas quis pular
Nas suas ondas brincar.
Quando pela segunda vez
Meu olhar viu o mar
Sempre a me encantar
 Misturou-se a criança
E a mulher agora feita
Brumas dentro de mim
Espuma na areia
Que eu quis tocar
Que eu quis apenas chorar.
lourdinha Vilela

A RESPEITO DA VIDA E DA ARTE

 NASCER - ARTES
CRESCER- ARTES
SONHAR- ARTES
AMAR -  ARTES
PROCRIAR -ARTES
ENVELHECER-ARTES
MORRER-ARTES
ETERNIZAR - ARTES

Lourdinha Vilela 

Imagem-
Artista - Johannes vermeer- l632-1635
Título- View on Delft
Técnica- óleo sobre tela
loc.atual- Royal Pictures gallery Mauritshuis
Fonte- Wikipédia- Enciclopédia Livre.

24 de junho de 2011

Lágrimas no Inverno



Se é preciso chorar, chore

Mas, esconda suas lágrimas

Para não entregá-las

A quem lhe fez chorar,

No Inverno

As folhas caem uma a uma
E são tantas!

 No entanto,

Jamais alguém se abaixou para contá-las. 

Lourdinha Vilela.
Imagem Web.

Tecendo


Você era o carretel
Onde prendi fio a fio
Os meus dourados cachinhos
E fomos pelo mundo afora
Tecendo nosso caminho
Pena!
Algumas agulhas não eram inoxidáveis...

Lourdinha Vilela

Essência


Há um aroma de flores
Vem do poema
Que fala de amor
Que fala de flor.

Em verso ou prosa

E o poeta expressa, o que está impresso
Na sua caixinha de sonhar
Muda o mundo, mundo muda
Mas a sua essência não irá mudar.

 Lourdinha Vilela.

21 de junho de 2011

ADOLESCENTE NOITE E DIA

Quando sou noite?
É quando me invade a tristeza
Sou um luar de incerteza
Abandono a comida à mesa
 Na Sala de jantar.
Vou daí pro meu quarto
Virar seu porta-retratos
De cabeça prá baixo
Prá você não me olhar.
Ouvindo nossa música perfeita
Entre almofadas lilases
Vejo-me agora a chorar.
Vem então a vontade
De querer fazer as pazes
E poder te encontrar.
Pulo da cama com ares de gata,
Um vestido em preto e prata
Um toque no celular.
 Logo mais, no nosso canto encantado
 Meu olhar em seu olhar...
É o meu momento Afrodite
Pronto prá reconquistar.
O sol brilhou,
Dourado ficou o céu
Sou agora como dia
Sem a lembrança do adeus
Nos sonhados braços teus 
Quero então me eternizar.
lourdinha Vilela

Soneto do Amigo.

Enfim, depois de tanto erro passado
Tantas retaliações, tanto perigo
Eis que ressurge noutro o velho amigo
Nunca perdido, sempre reencontrado.

É bom sentá-lo novamente ao lado

Com olhos que contêm o olhar antigo
Sempre comigo um pouco atribulado
E como sempre singular comigo.

Um bicho igual a mim, simples e humano

Sabendo se mover e comover
E a disfarçar com o meu próprio engano.

O amigo: um ser que a vida não explica

Que só se vai ao ver outro nascer
E o espelho de minha alma multiplica...



Vinicius de Morais

20 de junho de 2011



“Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila.
Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.
(...) Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo.
Deles não quero resposta, quero o meu avesso.(...) Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta.(...) Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem,mas lutam para que a fantasia não desapareça.
Não quero amigos adultos nem chatos
Quero-os metade infância e outra metade velhice.
Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto: e velhos, para que nunca tenham pressa.
Tenho amigos para saber quem eu sou.
Pois os vendo, loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que “normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril."


Oscar wilde

19 de junho de 2011

The Pretenders - Creep



Verme   (Traduçao)
Quando você esteve aqui antes
Eu não pude nem te olhar nos olhos
Você é como um anjo
Sua pele me faz chorar
Você flutua como uma pena
Em um mundo bonito
Eu queria ser especial
Você é tão especial
Mas eu sou um verme
Sou um esquisitão
Que diabos estou fazendo aqui?
Eu não pertenço a este lugar

Eu não ligo se isso machuca
Eu quero ter o controle
Eu quero um corpo perfeito
Eu quero uma alma perfeita
Eu quero que você perceba
Quando eu não estiver por perto
Você é tão especial
Eu queria ser especial
Mas eu sou um verme,
Sou um esquisitão
Que diabos estou fazendo aqui?
Eu não pertenço a este lugar

Ela está fugindo novamente
Ela está fugindo
Ela corre, corre, corre, corre
Corre...

Seja lá o que te faça feliz
Seja lá o que você deseje
Tão especial ...
Eu queria ser especial
Mas eu sou um verme,
Sou um esquisitão
Que diabos estou fazendo aqui?
Eu não pertenço a este lugar
Eu não me pertenço

18 de junho de 2011

O ENCANTO DA VIDA


 Canções de liras
Em  templos sagrados
ressoam noites e dias
feitiços e melodias

Contos e livros
Heróis enfeitados
sondam os sonhos humamos
despertam brilhos e encantos

Nuvens em blocos
Chuvas em prismas
brisas que tocam o manto
que secam todo um pranto

Em dias de paz
cores de gris
tempos atrás
em dias tão sós
flores de lis
cheiro de vida
tão divididas
tão escondidas.


Bruno graciano


17 de junho de 2011

DENISE EMMER - ALLOUETE


-Lutarei para ser feliz, e até mais!
Ainda, que tenham me arrancando
 O coração sonhador, vibrante
E colado apenas um músculo. Concreto armado
Ao mesmo tempo suavizado,
Na perspectiva do encontro
De horizontes azuis cintilantes 
 Ah!  Esse meu coração e suas viagens, surreais
lourdinha Vilela

Imagem Word press

15 de junho de 2011

VIPER - MOONLIGTH- PorSueetcryzeseventeen

AGONIA DAS ROSAS- Repostando


Suaves movimentos
Saboreando o sol
Rosa e botão
Namorando o vento

Rosa menina
-Eu plantei!
-Do amor pelas rosas
-Seu nome roubei

Sonho fecundo ao transformar
Amor em adubo
E da terra esperar
O presente oriundo


Agora - O momento!
Tormento, vontade
Rosa querendo
O fruto do amor, rosa e botão
Impulso de crime
Ou paixão?

Rosa e tesoura
Tesoura e a rosa
Tesoura e botão
Rosa correndo
O presente nas mãos
Sangue verde
Verde emoção.

 E agora!
O vento e a roseira
Como no adeus, solidão...

Na mesa da sala
Vaso em cristal
Água fria, fria...
Alimento final.

Rosa menina contempla...
Sem movimento
Sem brilho do sol
Namoro do vento

Dias de dor,
Ritual
Pétalas caindo
Botões ambíguos
Terminal.

Lá Fora
Rosa e a roseira
O Sol e o vento
Espera e momento
Surge um botão
E da natureza o perdão.
    
  Lourdinha Vilela

Imagem- web






14 de junho de 2011

LAGOA DE PALMITAL- MG - Lu Vilela


 Nessa tarde

Encontro-me

Sob esse crepúsculo

Que mistura cores

Do amarelo ao vermelho, do azul e  branco ao lilás

Com nuvens baixas querendo chover

Ao mesmo tempo querendo reter

Os reflexos do sol

Prá não anoitecer...

Como se um pintor, vislumbrando sua obra inacabada

Adormecesse em êxtase

Embriagado pela própria pintura

Prá não modificar com um traço sequer

A beleza revelada...



Quem sabe um pássaro?
Mesmo que solitário pássaro.
Quem sabe céu?
Mesmo que distante céu.
Quem sabe árvore?
Mesmo com folhas secas
Quem sabe enquadre-me
 À paisagem bucólica
Onde nada se perde
Nada se cria
E tudo se transforma

Lourdinha Vilela


Referencia: Lei de Lavoisier.

8 de junho de 2011

Do meu amor conheço os gostos
O mau e o bom gosto
Cada traço do seu rosto.
Seus ares de bom moço
Quando quer me conquistar
Afetos e desafetos
Sua loucura por pescar
Conheço tanto de ti
Que sempre te encontro em mim
Quando estou a te procurar
Sei tanto que te conheço
Quanto Deus em ti, reconheço

 Lourdinha Vilela

TORRENTE, FLOR E LUZ - (TRECHO_DO POEMA PARA INDIA APARECIDA


O AMOR É COMO UM RIO
EM PULO DE CASCATA
QUE NÃO SABE DETER AS ÁGUAS,
BRANCO DE ESPUMAS, COMO VÉU DE NOIVA...
TORRENTE GENEROSA,
EM SALTO DE CACHOEIRA:
CORPO, ALMA E CORAÇÃO QUE SE DESPRENDEM
NUMA ENTREGA TOTAL DAS DOAÇÕES MAIS PURAS.
É A VIDA EM CATARATA ESCACHOANTE
QUE SE DEIXA CAIR E QUE SE ATIRA, 
SEM MEDO, EM OUTRA VIDA,
UM LONGO DERRAMAR-SE LIQUEFEITO
DE UM CORAÇÃO EM OUTRO CORAÇÃO;
DOCE FUSÃO DAS ÁGUAS QUE DÃO A VIDA
QUE CORREM JUNTAS NUM AFÃ COMUM
DE TRANSFORMAR EM SEIVA, FLOR E FRUTO
TODA A RIQUEZA QUE TROUXERAM DAS MONTANHAS
E O PODER CRIADOR  QUE TROUXERAM DO CÉU.

O AMOR É O GRANDE DOM
INDIVISÍVEL, INTEGRAL,
UM PÃO QUE NUNCA PODE SER PARTIDO
E QUE SE TOMA INTEIRO , COMO A HÓSTIA
É COMO O CORAÇAO, DIVINO  PÃO NO PEITO
QUE MORRE AO SER PARTIDO OU DIVIDIDO
É COMO A LUZ QUE NÃO SE DÁ NUNCA EM PEDAÇOS
QUE, QUANDO SURGE É COMUNHÃO TOTAL
TODA DE TODOS, SEM FICAR , POR ISSO,
MAIS FRACA OU MENOS BELA,
AMOR, CELESTE LUZ QUE DECONHECE
OS PESOS E AS MEDIDAS
O CÁLCULO E A DOSAGEM;
NINGUÉMA PÕE NO COFRE OU NA DESPENSA
AMOR, DIVINA LUZ DO LAR,
LUAR DO CORÇÃO,
SOL DA EXISTÊNCIA.

Por Heber Salvador de Lima.
imagem -Kevin Pinardy-

5 de junho de 2011

Bom dia,



Que abram-se flores  para vocês neste dia lindo, que o sol ilumine seus horizontes, e a alegria abrace o seu viver.
Lú Vilela

4 de junho de 2011

POR QUE NÃO INICIEI O VOO
QUANDO POSSUIA ASAS FORTES
POR QUE FICAR AO SUL
QUANDO VENTOS ME LANÇAVAM À UM NORTE
POR QUE SUFOCAR O PRÓPRIO GRITO
DENTRO DA GARGANTA ESCURA
ESPUMANTE!  _Ò CÁLICE DA RAZÃO
FRAGMENTO DA LOUCURA
DE SER
O QUE MEUS OLHOS NÃO QUERIAM VER
POBRE PÁSSARO ! O MEU CORAÇAO...
Lourdinha Vilela

ENIGMA


LUZ QUE ILUMINA O SOL
DOR QUE REVELA A DOR
LEIS DE OUTONOS SÓS
VOZ QUE ENVENENA O SOM


DENTRO DOS PRÓPRIOS OLHOS
FENDAS DE LIBERDADE
DENTRO DO BELOS SONHOS
RAIOS DE SANTIDADE


HÁ UM MISTÉRIO SOBRE O MUNDO PARA RESSUSCITAR
HÁ UM SEGREDO NO INFINITO E LENDAS SOBRE O MAR
UM INÍCIO, UM FIM, TALVEZ UM MEIO A ENCONTRAR
HÁ UM SABER EM TUDO O QUE SE POSSA IMAGINAR


VAMOS DESVENDAR O QUE NOS FAZ AMAR
O QUE NOS DÁ PRAZER
QUE FÁZ O DIA RENASCER...
VAMOS DESCOBRIR UM JEITO DE SORRIR
UM JEITO DE CANTAR A SORTE DE VIVER
VAMOS CONVERTER O MAL QUE AINDA EXISTE
VAMOS CONHECER O ENIGMA DE SER.

BRUNO GRACIANO
 LIVRO: O MELHOR DA PIOR PARTE

2 de junho de 2011

ENTÃO VOCE QUER SER ESCRITOR. MIGUEL SANCHES NETO

p://www.youtube.com/results?search_query=entao+voce+quer+ser+escritor+miguel+sanches+neto&aq=f
Novo livro do Escritor,Miguel Sanches Neto. Escritor, professor Universitário Paranaense. Nascido no seio
de uma familia de agricultores de Bela Vista - Paraná. Tornou-se um dos mais importantes críticos literários contemporâneos do pais. Tem o título de doutorado em Teoria Literária pela Unicamp, escreve para Gazeta do Povo e Revista Carta Capital. É um dos nomes representativos da nova Literatura Brasileira.
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

1 de junho de 2011



ANDO ENCONTRANDO ESPAÇOS ESCONDIDOS DENTRO DE MIM MESMA. ESTÃO LÁ GUARDADOS E GUARDANDO COISAS, SENTIMENTOS, MEMÓRIAS E SONHOS.
COMO UM CAMPO MINADO ,ESCARLATE, QUEREM EXPLODIR AGORA.
EXPLOSÃO DO QUE FERIU. MAS HÁ TAMBEM BÁLSAMOS COM GRANDE PODER DE CURA.
SUSPIROS, INSPIRANDO UM NORTE DE ESSÊNCIAS. LAGO DA INOCÊNCIA.
UM OLHAR MADURO ENCARANDO FRENTE A FRENTE,  TRAUMAS ADOLESCENTES.
SINFONIA NO DECLINAR DO DIA, TENDO UM SOL SE DESPEDINDO, VIBRANTE PORÉM,
AQUECENDO AINDA.
SOU EU VESTIDA DO BRANCO DA POESIA. SE PAREÇO CRIANÇA, QUE EU SEJA SEMPRE
CRIANÇA E QUE ME ACALENTE  OS BRAÇOS DAS ILUSÕES.

Lourdinha Vilela