Poesia

A Poesia alcança as fadas, encanta a chuva na madrugada, acompanha os ébrios nos dormentes e se mistura à solidão nas calçadas.

15 de março de 2011

S0L NASCENTE


Renda-se agora ao sorriso

Corra pras ruas, as calçadas estão molhadas,
Pise nas poças, deixe que água respingue, que molhe suas roupas,
Caminhe pelas praças, alimente os pombos,
Cuspa do viaduto, aperte as campainhas das casas,
Dance com os mendigos, isso, em cima dos bancos!
Estréie uma nova vida, ainda há tempo!

Veja agora,
Do alto desse prédio
Você não acredita mas vê:
Aonde vão parar nossas casas, nossos carros, escritórios,
ambições, paixões,desprezos, apegos, arquivos da memória.
O mar tão azul
Sonho de muitos. Distribui-se agora entre os carros, casas, prédios, e vem
Vem buscar tudo, e tudo agora é nada.
Medíocre colocar o futuro no progresso criado por nós mesmos.
Medíocre deixar de ser feliz e despreocupado para viver na apoteose do stress.
Procure suas botas de couro genuíno,
Sua calça jeans importada ou não,
Seus óculos, ou melhor sua máscara de oxigênio,
Meta-se na lama, salve as crianças, os velhos, mulheres e homens.
Espere por outro sol, aquele do nascente que com certeza virá
E secará suas lágrimas.

Lourdinha Vilela

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