Poesia

A Poesia alcança as fadas, encanta a chuva na madrugada, acompanha os ébrios nos dormentes e se mistura à solidão nas calçadas.

19 de março de 2011

O ESPELHO



Hoje estive pensando, sentada em frente ao  espelho, o quanto ele tem participado de nossas vidas.
Você já parou pra pensar nisso? Tenho certeza que não; mas veja: Enquanto criança vivia sempre às voltas com um espelho na mão, não por vaidade, apenas por estar, por brincadeiras etc. Gostava de percorrer os corredores da casa com um espelho refletindo o teto, dava uma sensação de medo, parecia estar flutuando de cabeça para baixo, ainda mais na casa de  minha avó, com aquelas telhas coloniais antigas e escuras sem nenhuma espécie de forro. Era legal, quando passava sob as portas. Sentia muito medo.
Quando chega a adolescência, aí é que não nos desgrudamos de um espelho mesmo. Quantas vezes ele nos viu sorrir ou chorar, descabeladas, felizes ou muito infelizes com nossa própria aparência, já que nessa faze da vida, para determinadas pessoas o que mais importa é a aparência.  Passamos horas diante dele, experimentando roupas, sapatos, bijuterias enfim tudo, o que possa preencher o vazio da nossa vaidade. Tudo normal, sem contar os exageros cometidos em nome dela como as anorexias, bulimias etc. Porém é claro que não vamos deixar de aproveitar essa faze mágica, e deixar que o tempo passe sem nos sentirmos como princesas, e atuarmos em um castelo encantado. Tudo faz parte de, estarmos inseridos em sociedade alem satisfazermos nosso próprio ego. Teremos que estar preparados, pois virá um dia, em que felicidade já não irá combinar tanto com espelhos; quando chegarmos lá pela terceira idade, ou “melhor idade” como se diz por aí para adoçar o nosso lado psicológico. Já estou me preparando. E se você também já chegou ou está chegando nessa faze, não se entristeça, e quando se encontrar diante de um espelho como estou agora e começar a contar os infinitos cabelos brancos, as pequenas rugas e tiver vontade de sair correndo atrás de uma clinica de beleza, com certeza irá recuperar uns quinze anos de sua aparência, porém não se esqueça de que toda essa trajetória só foi percorrida por que nosso coração pulsa no peito sinal de que nascendo, crescendo, envelhecendo significa estarmos vivos e estar vivo é o que realmente importa. Que tal agora, na altura do amadurecimento, nos transformar em espelho e refletirmos, calma, ternura, serenidade, sabedoria e muito  amor ao mundo que nos cerca!

Lourdinha Vilela

Tenham um bom fim de semana.

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